<p>A nova ponte luso-espanhola ontem inaugurada, que custou 2,5 milhões de euros, reduziu de 140 para 12 quilómetros a distância entre o Pomarão (Mértola) e El Granado (Huelva). Foi um dia de festa e esperança para o Alentejo.</p>
Corpo do artigo
Ao JN, o presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa, classificou a Ponte Internacional do Baixo Guadiana como "a obra mais importante do concelho no pós-25 de Abril". Na verdade, trata-se de uma reclamação antiga das populações raianas e autoridades locais, que vai permitir "uma ligação mais rápida" e "reavivar e potenciar as trocas comerciais, sociais e culturais" entre os dois lados da fronteira, que passam a ficar a pouco mais de cinco minutos de distância.
A esperança do autarca é a de que a ponte, construída sobre a ribeira do Chança, possa "atrair mais visitantes espanhóis a Mértola e, desta forma, dinamizar o turismo no concelho".
As populações do Baixo Alentejo e do Andévalo Ocidental de Huelva são das mais deprimidas e desfavorecidas da Europa e a nova ponte assume um papel considerado "como crucial" para o desenvolvimento das mesmas.
Do lado espanhol, os preços mais baixos de produtos como os combustíveis, gás e carne de porco, que sempre foram atractivos, tornam-se agora mais apetecíveis.
Do lado português, a gastronomia alentejana, a apanha das ervas aromáticas e tubérculos, a arte sacra e museológica, são fortes encantos e apostas de "nuestros hermanos".
Para o presidente da Diputácion de Huelva, Petronila Rosado, a nova travessia significa "um momento crucial para as duas regiões". Para o empresário espanhol Carlos Ribero, ligado ao mobiliário e electrodomésticos, representa "uma grande oportunidade de negócio". A mesma oportunidade admitida ao JN por Helmfried Horster, administrador da estalagem de Mina de São Domingos.
A construção da ponte foi financiada em 75% pelo programa comunitário Interreg III, sendo a restante verba assegurada em partes iguais pela Câmara de Mértola e pela Diputación de Huelva.
A obra foi construída no âmbito do projecto HUBAAL-Conexões Viárias entre Huelva, Baixo Alentejo e Algarve, que inclui a construção de outras duas novas pontes luso-espanholas. Uma para ligar o concelho de Serpa (Beja) ao município de Paymogo (Huelva) e outra que ligará Alcoutim (Faro) a Sanlúcar del Guadiana (Huelva)
O número de elementos pré-fabricados utilizados na estrutura é o maior da Península Ibérica, existindo a intenção de candidatar ao Guinness Book of Records.