Foi o segundo posto de GPL a nascer na Região Norte nos anos noventa. Hoje é procurado por clientes que fazem contas aos gastos no abastecimento.
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Leontino Silva ronda pela oficina, mas agora quem toma conta do negócio são as filhas. Jacinta e Léa aprenderam sobre motores a GPL com o pai. "Lembro-me de ir a Coimbra com ele levar carros às inspeções. Naquele tempo, o depósito ainda era uma bilha de gás. Ia uma a alimentar o carro e outra aos meus pés, para vir para cima", conta Jacinta, a rir-se.
O clã Silva está no negócio da instalação de GPL desde os primórdios do aparecimento desta solução, no início da década de 1990. O posto, junto à oficina, em Quinchães, Fafe, foi o segundo no Norte do país, em 1996. "Havia poucos pontos de abastecimento e as pessoas instalavam depósitos de 300 litros para chegarem à próxima bomba", recorda o patriarca.
Por estes dias, com o crescimento da concorrência e por haver cada vez mais postos com estes serviço, a venda de GPL auto deixou de ser uma parte importante do negócio. O que continua como sempre são as adaptações de carros e as revisões aos sistemas que foram instalando ao longo dos anos.
Leontino descreve a atividade sempre em luta com um quadro legal desfavorável. "Quando a lei mudou, em 2013 [permitindo o estacionamento subterrâneo], já cumpríamos com as novas exigências há muito tempo. Temos clientes que montaram em maio, antes da promulgação, não podem estacionar; outros que instalaram em junho, já podem, com carros iguais".
Léa explica que, para poderem usar os parques subterrâneos, estes carros não precisam de nenhuma alteração: "têm apenas de fazer uma inspeção de tipo B e o respetivo pagamento".
Léa é quem mexe nos motores e garante que as características técnicas não são alteradas, "mas as marcas, às vezes, não se portam bem e retiram a garantia". Jacinta é a responsável pelos negócios. "A Renault de Guimarães queria que fizéssemos as transformações dos carros deles. O negócio só não avançou porque pretendia pagar a 90 dias", afirma.
Nesta oficina, a adaptação de um carro até aos 140 cavalos fica em torno dos 1650 euros. Segundo Léa, há dois tipos de clientes: "os rapazes novos, "aceleras", que compram uma máquina e não têm dinheiro para pôr gasolina; e as pessoas que fazem contas e percebem que esta é a melhor solução para gastar menos no combustível". Leontino gosta mais dos segundos, até porque os primeiros muitas vezes têm dificuldade em pagar a instalação.
Em tempos, Leontino fez pressão junto de "um certo político local" para que adquirisse algumas viaturas a GPL para o Município. "Insisti com o argumento da economia e puxei pela questão ambiental, mas nunca tive sucesso", lamenta. "Há uns anos, já depois de ter deixado a Autarquia, o mesmo político apareceu para transformar um carro. Tinha de fazer viagens e pesava-lhe na carteira. Ficou maravilhado. Pena que não tenha dado a mesma oportunidade ao orçamento do Município", remata.