Os 175 projetos de portugueses, apoiados até agora através do Programa Nacional de Apoio aos Investidores da Diáspora (PNAID), representam um potencial de investimento de cerca 155 milhões de euros, em áreas que vão desde a agricultura ao imobiliário e património, serviços, informação, comunicação e tecnologias.
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Por outro lado, as remessas de emigrantes que, no ano passado, "bateram um recorde", atingindo "3,9 mil milhões de euros, mais 4.6% do que no ano transato", continuam a multiplicar-se. "No primeiro semestre temos no valor acumulado uma verba superior aquela que existia em 2022", afirmou o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, esta quinta-feira em Viana do Castelo, onde se manifestou convicto de que "a diáspora pode acelerar o desenvolvimento de Portugal".
O governante, que falava durante a conferência de imprensa de apresentação do próximo "Encontro PNAID- Investimento da Diáspora", que decorrerá naquela cidade de 14 a 16 de dezembro, destacou "o efeito transformador no território, nomeadamente no de baixa densidade e de interior" dos investimentos dos portugueses da diáspora.
"Isto é muito importante porque estou convicto de que a diáspora pode acelerar o desenvolvimento de Portugal, e acelerar de forma integrada e a uma só velocidade", declarou, apresentando dados atuais.
"Estamos a falar, neste momento, em 265 estatutos de investidor, ou seja, para se poderem candidatar a estes apoios, têm de ser considerados investidores da diáspora e já temos 265. Temos já 13,5 milhões de euros de financiamento a projetos e temos 175 projetos apoiados, num potencial de 155 milhões de investimento", adiantou. "Temos resultados, mas queremos mais. Somos ambiciosos tal como a nossa diáspora".
Cafôfo anunciou o desenvolvimento de medidas como "o mapeamento, para referenciar através de uma plataforma estes investimentos e criar a marca de investimento da diáspora", e ainda a criação de programas "de estágios profissionais e académicos para lusodescendentes e destinado a incubadoras e startups da diáspora".
Segundo referiu, atualmente há cinco milhões de portugueses no estrangeiro e, em Portugal, "73 por cento dos municípios tem já um gabinete de apoio ao emigrante".
Evidenciou, contudo, o facto de, na região Norte, serem "92 por cento os municípios que já têm este tipo de gabinete". Quanto aos investimentos concretizados até agora, disse que o objetivo é "diversificar para outras áreas".
No "Encontro PNAID" de dezembro estarão em foco a economia azul, energias renováveis e sustentabilidade, cultura, património, ciência e turismo.
"Neste evento vamos oferecer informação de medidas de apoio que existem, espaços onde se possam apresentar boas práticas e projetos que já existem, e vamos também divulgar redes, para que possa haver captação de investimento, mas também internacionalização de empresas", afirmou Paulo Cafôfo, referindo: "Temos os melhores pontas de lança, não é só o Ronaldo, temos pontas de lança que são os nossos empresários que estão no estrangeiro e podem abrir portas a empresários que estão em Portugal e queiram internacionalizar a sua empresa".