As ondas faltaram à chamada no festival "Surf at night", mas não fizeram sentir a sua ausência aos milhares de pessoas que estiveram na praia de Cortegaça, Ovar, na noite de sexta-feira para sábado.
Corpo do artigo
O risco de organizar um festival com exibições de surf é de que a natureza não ajude. O cenário de mar "flat", o mais temido pelos surfistas, aconteceu e as exibições ficaram reduzidas a alguns corajosos que arriscaram ser puxados por motas-de-água na escuridão da água.
"O nosso pavilhão é o mar. Se o mar não nos dá ondas, nós não podemos treinar", lamentava Eduardo Birra, director técnico do festival, já depois de perceber que não ia ser possível cumprir a "Expression session" de surf, longboard e bodyboard.
Para o público, mais importante do que ver "rasgar as ondas", foi fugir à tradicional saída para a discoteca de sexta-feira à noite e ter uma noite "diferente", como referiu Bárbara Amorim, 22 anos. Convidados por uma noite amena e sem vento, a praia encheu-se de gente, que vinha preparada para a festa.
Com o foco das atenções virado para o palco, a noite foi de música. O areal transformou-se numa arena de dança em que os corpos com pouca roupa se mexiam ao ritmo do reggae dos "One Love Family", a fusão de sons dos "Olivetreedance" ou dos Dj´s que passaram pelo recinto.
"Surf não há, mas também não vim cá para ver surf, ninguém vê surf à noite", confessava Gil Rocha, de 28 anos, enquanto conversava com um grupo de amigos sentado na areia.
Nuno Amaro, produtor do evento, mostrou-se muito satisfeito com a adesão do público ao conceito do festival e realçou a boa disposição que atravessou o recinto. O único lamento foi para o percalço das ondas com 60 centímetros. No ar ficaram novas ideias para o festival do próximo ano: "Talvez skate ou snowboard nocturno", concluiu.