Uma contenda entre paroquianos e o pároco de Campanhã levou a que, há três anos, fossem canceladas as festas da Senhora da Pedra, no Monte do Forte. O caso foi parar aos tribunais e, este sábado, um grupo de moradores daquela freguesia do Porto vai promover uma procissão de velas em sinal de protesto.
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Na base da contenda estão 750 euros, que terão sido doados, há três anos, pela Junta de Freguesia de Campanhã para ajudar a suportar as despesas das festas da Senhora da Pedra. Na atura, a comissão de festas queixou-se de não ter recebido esse dinheiro e acusou o pároco da freguesia, o padre Fernando de Lima Milheiro Leite, de ter ficado com esse valor.
"O padre disse que foi ameaçado por um membro da comissão de festas. A comissão de festas diz que a pessoa em causa não fazia parte da organização e apenas tinha sido contratada para tratar do som. Desde então, andam de costas voltadas e o padre não permite que se realizem as festas da Senhora da Pedra", explica, ao JN, o advogado da comissão de festas, Pedro Oliveira, referindo que existe uma queixa em tribunal contra o padre.
Como as festas realizavam-se no primeiro fim de semana de junho, os paroquianos resolveram assinalar a data com uma procissão de velas, que visa também contestar contra a decisão do pároco de Campanhã, o padre Fernando Lima Milheiro Leite, que não se disponibilizou a prestar esclarecimentos, ao JN, em tempo útil.
"Como também está a terminar o mês de Maria, pensei que a procissão de velas poderia ser uma forma de assinalar esse momento e de mostrar ao sr. padre que se consegue fazer alguma coisa sem a ajuda dele", explica o impulsionador da iniciativa, André Silva.
A procissão vai contar com um andor, que foi alugado a uma funerária da Maia, e que terá uma imagem da Nossa Senhora, cedida por uma paroquiana. Será levada de camioneta até ao Monte do Forte, de onde sairá, junto ao cruzeiro, para chegar à Rua de Azevedo, seguir pela Rua da Aldeia e passar pelo Bairro do Lagarteiro rumo ao ponto de saída: o cruzeiro do Monte do Forte.
"Gostávamos muito de fazer a festa da padroeira mas o senhor padre não deixa. Vamos começar com esta procissão para ver se isto começa a andar", lamenta ainda André Silva, adiantando que o terço será rezado por uma paroquiana e garantindo que a procissão dispõe de todas as autorizações municipais necessárias para ocorrer, contando com o apoio da policia para a eventualidade de ser necessário algum corte de estradas.