Carlos Alberto Manata, de 59 anos, está desaparecido desde terça-feira. Sofre de uma doença neurológica degenerativa e desde o início do ano estava aos cuidados da Casa da Madrinha e as Rosas, na localidade do Pereiro, em Sátão.
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“Ele tem dificuldade na locomoção e na fala. Às vezes torna-se difícil perceber o que diz, mas é consciente e orientado”, explica a coordenadora técnica do lar, Marisa Bártolo.
Em declarações ao JN, a responsável explica que o homem circulava “livremente” pela instituição. “Ia à casa-de-banho, ao quarto, ao refeitório, ao jardim, mas nunca saiu da instituição. Não tinha qualquer interdição, mas dado o problema de locomoção, não saía”.
Na manhã de terça-feira, Carlos Manata acordou e a funcionária vestiu-o. Por volta das 9.30 horas estava sentado para tomar o pequeno-almoço. Por volta das 10 horas deram conta que ele não estava na mesa nem tinha comido.
“Às 9.57 horas existe uma filmagem em como saiu para o exterior. Não sabemos mais nada”, adianta Marisa Bártolo.
O homem saiu com o telemóvel e a instituição ainda conseguiu estabelecer contacto até às 13.36 horas, mas sem nunca o conseguir localizar, devido ao problema de fala.
O telemóvel manteve-se ligado até à noite de quinta-feira. “Ele já não atendia, mas o telemóvel chamava”.
“A única chamada em que conseguimos falar com ele foi por volta das 12.35 horas de terça-feira. Durou 12 minutos, mas com alguma dificuldade. Ele disse ‘estou perdido’ e ainda disse que tinha caído e que estava deitado”. Voltou a atender às 13.46 horas, mas a partir daí não conseguiram falar mais com ele.
“É desesperante. O tempo passa, o telemóvel já não toca, não há rasto nenhum dele e os meios começam a ser desmobilizados”, diz, emocionada, a diretora técnica da instituição, deixando um apelo à comunidade.
“Se cada pessoa pudesse ir aos terrenos que tem e revistá-los, porque os conhecem melhor do que nós, porque sabem se têm poços, zonas mais escondidas do que outras. Se virem alguma coisa, por favor, fiquem com ele e chamem-nos”, pede Marisa Bártolo.
“Não vamos desistir de o procurar, mas precisamos de ajuda”, confessa a responsável.
No dia em que desapareceu, Carlos Manata trazia uma t-shirt vermelha, umas calças de fato treino azuis escuras e um colete ortopédico por fora da roupa (como se vê na fotografia).
Nas buscas, chegaram a estar empenhados dezenas de operacionais, sete binómios (equipas com cães de busca e salvamento) da GNR de Viseu, um drone e um helicóptero.
Carlos Manata é natural de Cantanhede e tem dois irmãos.