"Preciso de dinheiro para comer". Trabalhadores de fábrica de calçado exigem vencimentos
Cerca de 20 trabalhadores da fábrica de calçado Limac, em Arrifana, Santa Maria da Feira, manifestaram-se, esta quarta-feira de manhã, em frente à empresa para exigir o pagamento dos vencimentos em atraso e a documentação para o subsídio de desemprego.
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Os trabalhadores explicam que "a empresa deve o salário de janeiro" e "parte do subsídio de Natal" e que, por falta de pagamento, decidiram rescindir os contratos, exigindo o pagamento das verbas em atraso e a documentação para obterem o subsídio de desemprego.
"Pedi os meus direitos e a carta para o subsídio de desemprego", confirmou, ao JN, Fernandina Abreu, que ali trabalha com o marido há 44 anos. "Preciso do dinheiro para comer", justificou.
Mário Fonseca, outro trabalhador, refere que os salários têm sido pagos com algum atraso desde outubro, mas a situação piorou nestes últimos meses, o subsídio de Natal não foi totalmente pago, assim como o ordenado de janeiro, que está em falta. "Ninguém nos dá uma palavra que seja sobre a carta e os nossos direitos", lamentou.
A empresa tem cerca de 40 trabalhadores, sendo que os restantes se mantiveram dentro das instalações durante a manhã. "Alguns ainda estão com esperança que nos paguem esta semana", explicou outro trabalhador.
Administração surpreendida
Fonte da empresa afirmou, ao JN, que "os salários nunca foram negados" e que a administração foi "surpreendida com a posição dos trabalhadores".
Acrescenta a mesma fonte que, no entender da administração, "não há justa causa" para o despedimento apresentado pelos trabalhadores.
Esclarece que está por pagar uma parte do subsidio de Natal e parte do mês de Janeiro.
A empresa entende que "os trabalhadores, numa posição concertada de destruição não estão a honrar a marca e o prestigio da Limac. Incitados por alguém mais de 20 funcionarios abandonaram o posto de trabalho".
"O futuro assim será imprevisivel pois os poucos funcionarios que ficaram não conseguirão honrar os compromissos com clientes", aponta.