Na véspera de S. João, a sardinha na Lota de Matosinhos não atingiu os preços “proibitivos” de outros anos, mas, ainda assim, os pescadores consideram que foi “um ano bom”. O preço médio andou acima dos dois euros o quilo.
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À saída da lota, esta segunda-feira, os preços oscilaram entre os 40 e os 70 euros o cabaz (1,78 a 3,11 euros o quilo) e nem o facto de, a Norte, só haver sardinha fresca em Matosinhos fez disparar o preço. Para o cliente, chegou aos 15 euros.
“Houve um barco que apanhou sardinha um bocadinho maior e vendeu a 150 euros o cabaz (6,67 euros o quilo), mas o resto foi entre os 40 e os 70 euros. Mais ou menos o mesmo que na sexta-feira. É um S. João jeitoso, sem ficarmos ricos”, afirmou, ao JN, Agostinho Mata, da Propeixe - Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte, que agrega 24 barcos da pesca do cerco, quase todos a trabalhar em Matosinhos.
A Norte, a sardinha é “gostosa” e, depois de um início de safra com peixe “muito curto”, agora já tem “tamanho bom para a brasa”, mas “ainda não é aquele peixe grande, de encher o olho” e, nas últimas duas semanas, as quantidades têm andado longe do limite máximo de capturas permitido.
Ajuda da indústria conserveira
Em Matosinhos, entre pescadores, comerciantes e clientes chegou a achar-se que o preço podia disparar, à boleia da habitual procura desenfreada da “noite mais longa do ano”. Não aconteceu. A maior parte dos clientes parece ter-se abastecido na semana passada, com medo da loucura do último dia.
Por causa do S. João, na sexta-feira foram suspensos os contratos com a indústria conserveira, deixando, assim, mais sardinha disponível para restaurantes e comerciantes de peixe.
“Foram dois ou três dias com um preço superior a dois euros. Já foi bom”, concluiu Agostinho Mata, que está, sobretudo, satisfeito com os contratos com a indústria que, este ano, garantem o escoamento de metade do peixe pescado pelos barcos da Propeixe ao longo de todo o ano.