<p>Os preços de vários produtos hortícolas, como alface e tomate, começaram ontem a disparar para o dobro nos mercados, por escassez de produção devido aos estragos nas estufas da região Oeste provocados pelo mau tempo.</p>
Corpo do artigo
Na organização de produtores "Primores do Oeste", em Torres Vedras, onde todos os dias são feitos leilões de hortícolas, "os preços dispararam para mais do dobro porque não temos produto", disse, à agência Lusa, o gerente Lino Santos. "Os tomates passaram dos 50 cêntimos para 1,30 euros/quilo e a alface dos dois para 2,50 euros/quilo", exemplificou.
No terreno, o cenário era ontem desolador: hectares de estufas de tomate e alfaces completamente arrasadas, as estruturas arrancadas do chão, vigas de aço dobradas e retorcidas, um emaranhado de ferros, fios e plásticos espalhados pelo chão.
O primeiro balanço detalhado dos estragos deixados pelo mau tempo aponta para um prejuízo de 53 milhões de euros só no concelho de Torres Vedras, avançou ontem o Governador Civil de Lisboa. "Temos 53 milhões de euros de estragos no concelho de Torres Vedras", disse, após a reunião da comissão municipal da protecção civil de Torres Vedras. O responsável detalhou que, no sector agrícola, dos 600 hectares de estufas, registou-se uma "perda total em 250" e outros 250 ficaram parcialmente danificados.
Ontem, a EDP assegurou que a luz foi reposta a todos os clientes da região, privados de energia desde a madrugada de quarta-feira, mas declinou responsabilidades.
A EDP não pretende indemnizar os clientes afectados pela falta de electricidade, disse Ângelo Sarmento, administrador da EDP Distribuição.
O responsável disse, em conferência de imprensa, que os danos causados ao longo dos últimos dias foram motivados por uma situação excepcional e apenas por questões climatéricas que não estão previstas entre as situações passíveis de indemnização ao abrigo dos regulamentos dos operadores de distribuição de electricidade. Mostrou-se, no entanto, disponível para analisar eventuais indemnizações a clientes cujas perdas tenham sido resultado da intervenção directa da EDP nas ligações eléctricas.