Empreendimento com edifícios de 12 pisos surge no local onde antes ficava o recinto. Mas há outros em construção.
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No lugar do antigo Estádio das Antas, no Porto, vão ser construídos prédios, com 12 pisos cada, onde vão caber 1100 apartamentos. Esse é o propósito do Antas Atrium, com início de construção previsto para o próximo ano. Carlos Vasconcellos, presidente executivo do Quantico, o fundo que adquiriu os terrenos e é responsável pelo empreendimento imobiliário, diz que "foi feito um estudo de impacto ambiental com resultados positivos". A Câmara do Porto avança que "o processo ainda se encontra em fase de apreciação".
A zona oriental da cidade tem margem para receber investimentos de monta. A própria Autarquia envolveu-se em trabalhos de grande escala, como são os casos do Terminal Intermodal de Campanhã, em execução, e o Matadouro, com luz verde do Tribunal de Contas e a empreitada entregue à Mota Engil.
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A intervenção no Jardim da Corujeira é outro exemplo das apostas camarárias numa zona que em tempos parecia andar esquecida.
Na envolvente do antigo recinto do F.C. Porto e do Estádio do Dragão, foram nascendo, e continuam a nascer, vários edifícios. O Antas Atrium será um dos mais imponentes.
Não obstante Carlos Vasconcellos dizer que "está tudo pronto para iniciar" a obra, a Autarquia salvaguarda ter sido "publicado no dia 1 de dezembro o aviso da discussão pública do loteamento" e que a mesma "decorrerá até 8 de janeiro de 2021". O Município também faz notar que "os usos, a forma, bem como a edificabilidade, são os previstos no Plano de Pormenor das Antas". Esta questão tem ver com uma pergunta natural: como vão caber 1100 apartamentos na área do extinto estádio? O fundo Quantico explica que os edifícios terão "12 pisos acima do solo". É acrescentado que "o terreno, com 3000 m2, é muito grande" e que todo o projeto será desenvolvido em seis fases. "Mais de metade da área de implantação são jardins e zonas verdes", completa.
240 milhões de euros
O Antas Atrium é um investimento privado, para um espaço desocupado desde 2004, ano em que o F. C. Porto se mudou para o Dragão. Outros prédios estão a ser construídos e em fase de venda, junto ao antigo estádio: o Antas Build, virado para a Alameda, e o Antas Garden, nas traseiras da Escola Básica. Este último contará, ao lado, com uma unidade hoteleira, que está a começar a ser erguida.
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No Antas Atrium, a tipologia das casas vai do T0 ao T4, mas não foram divulgados valores finais. Só é adiantado que "os preços por m2 andarão pelos 3500 euros".
Vagos há 16 anos, sabe-se agora que os lotes foram adquiridos a "um banco que detinha o ativo". O investimento será de "240 milhões de euros". Após a demolição do recinto desportivo, os terrenos passaram para uma empresa imobiliária detida pelo Grupo Amorim e pela Somague. O objetivo seria construir, mas a turbulência dos mercados e a crise financeira na época foram um travão. A Somague acabaria por sucumbir e transitar para os espanhóis da Sacyr.
Nunca houve obra, além dos arruamentos. Carlos Vasconcellos adianta que "a oportunidade da compra surgiu há cerca de um ano, antes da pandemia". Também é referido tratar-se de "um projeto com um horizonte temporal entre seis a sete anos", estando o Quantico confiante no "êxito das vendas, dado existir uma enorme falta de habitação na cidade".