O fecho da praceta Alferes Pereira, em Gaia, surpreendeu vários moradores. O acesso ao local estará bloqueado nos próximos dois anos “devido ao risco de colapso”, como indica a informação na entrada. Os comerciantes temem pelos negócios e os moradores alertam para possíveis complicações em casos de emergência.
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Conceição Cunha e Luís Pires são proprietários de uma fração num dos edifícios daquela praceta. Habitualmente era ali que estacionavam, mas foram surpreendidos pelo corte na entrada. “Há vários anos que falavam do mau estado do piso e que eram precisas obras. Mas o condomínio não nos comunicou”, explicou Conceição Cunha.
Na praceta era constante o “entra e sai” de carros que aproveitavam para estacionar e fugir aos lugares pagos. “Vinha tudo para aqui, porque à volta é a pagar”, expôs Luís Pires. Mas com o tempo, o piso começou a apresentar desníveis, agravando o risco de colapsar.
Em causa estará o mau estado do parque de estacionamento privado dos edifícios, que fica por baixo da Alferes Pereira e tem “muitas infiltrações”.
Além do comércio, existem três edifícios de habitação no local. Segundo o casal, há duas entidades que gerem os condomínios. Uma delas é a Boagest, que o JN tentou contactar, mas sem sucesso.
“Como isto era usado por várias pessoas que não são daqui, não sabemos se a responsabilidade é da Câmara ou dos condomínios”, disse o morador João Alberto.
O JN contactou a Câmara de Gaia, mas sem resposta. Contudo, sabe que a praceta é um espaço privado de utilização pública. O espaço não está projetado como um espaço de estacionamento, mas sim como o teto da garagem que serve a população como zona pedonal.
Reboque de viaturas
Outro casal que ali vive há 35 anos, disse que a administração do prédio onde reside comunicou o fecho aos moradores. Segundo relataram, ao longo dos anos foram sendo feitas apenas obras pontuais, mas haverá um orçamento de 500 mil euros para as obras de restruturação da praceta.
Apesar de existir uma tarja a alertar que as viaturas estão sujeitas a reboque, há carros estacionados na entrada a impedir o acesso, o que preocupa em possíveis situações de emergência. “Além da corrente, estão os carros a ocupar a entrada. Se uma ambulância vier, tem de esperar que sejam rebocados e que a corrente seja retirada?”, questionam, com preocupação.