A associação, com sede em Guimarães, foi responsável por uma ação popular contra o Estado, por desigualdade na forma como é financiado o Centro Internacional de Artes José de Guimarães.
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Carlos Caneja Amorim será o mandatário da Região Norte da candidatura do almirante Henrique Gouveia e Melo às eleições presidenciais de 2026. O convite foi aceite pelo próprio, a título pessoal, e foi anunciado pela associação Agigantar Abril, da qual é presidente. Esta associação tornou-se conhecida por patrocinar uma ação popular contra o Estado, por o Centro de Internacional de Artes José de Guimarães ser financiado de forma distinta de outros equipamentos resultantes de capitais europeias da cultura e por ter pedido a demissão do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, por considerar que o magistrado tinha feito afirmações em que dizia que os advogados eram os principais culpados pelos atrasos na Justiça.
“A cidadania exige posições de coragem”, lê-se no comunicado em que é anunciado que Caneja Amorim será o mandatário de Gouveia e Melo. A associação reafirma “a sua natureza apartidária e plural, mantendo como missão o incentivo à cidadania e ao debate público livre e informado”.
A coordenação de Caneja Amorim vai abranger os distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Bragança e Vila Real. “A ordem de grandeza do trabalho será colossal, mas a pulsão de fazer acontecer é proporcional. Em projetos coletivos, quem mais ordena e lidera são as equipas”, afirmou. Expressou ainda gratidão “pelo convite e confiança depositada”, deixando “um agradecimento a Gouveia e Melo e aos principais rostos da candidatura”. “Juntos vamos antecipar o futuro, fazendo o impossível recuar, tudo em nome e para honrar Portugal”, garantiu.
Associação muito ativa nos últimos meses
Em fevereiro deste ano, as palavras do presidente do STJ, numa conferência no âmbito do grupo “Melhor Justiça”, levaram Caneja Amorim a pedir a sua demissão. Na avaliação do presidente da Agigantar Abril, o presidente do STJ acusou os advogados de serem os principais culpados pelos atrasos e sugeriu “multas até 10 mil euros” por cada requerimento para o arrolo de provas ou testemunhas, com “imediata cobrança executiva e participação disciplinar à Ordem dos Advogados”.
Para Caneja Amorim, tratou-se de uma “tentativa de os juízes assumirem o poder absoluto nos tribunais”. Já no final de 2024, a associação, na altura ainda com a designação “Agigantar Guimarães” promoveu uma ação popular contra o Estado por o CIAJG não ser financiado a partir do Orçamento de Estado, como acontece com a Casa da Música e o Centro Cultural de Belém - todos resultantes de capitais europeias da cultura.
O mandatário de Gouveia e Melo para a Região Norte tem 49 anos, é licenciado em direito pela Universidade Lisboa, é advogado, com escritório em Guimarães, é casado e tem dois filhos. Politicamente, é militante do PSD e é deputado na Assembleia Municipal de Guimarães.