O presidente da Assembleia Municipal do Porto pediu a intervenção do ministro Pinto Luz, dada a "inadmissível" falta de respostas da Metro do Porto a pedidos de esclarecimento do Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público.
Corpo do artigo
Na missiva nesta terça-feira dirigida ao ainda ministro das Infraestruturas e Habitação, a que a Lusa teve acesso, Sebastião Feyo de Azevedo explica ter sido enviado a 11 de fevereiro à administração da Metro do Porto o sétimo relatório do Grupo de Trabalho, sendo colocado um conjunto de questões relacionadas com as diversas obras da responsabilidade da empresa na cidade.
No relatório em causa, aprovado em 10 de fevereiro de 2025, o grupo de trabalho pedia esclarecimentos sobre a conclusão das obras da Linha Rosa, sobre o material circulante do metrobus entre a Rotunda da Boavista e a Praça do Império, sobre a Linha Rubi, nomeadamente o projeto de amarração da nova ponte sobre o Douro ao Porto, e sobre o abate de árvores e transplante de árvores.
Por ausência de resposta, um segundo ofício foi enviado em 14 de abril, solicitando os mesmos esclarecimentos, prossegue Sebastião Feyo de Azevedo.
"Não obstante esta insistência, passados 50 dias sobre a mesma e 112 dias sobre o envio do pedido de informação inicial, a verdade é que o Conselho de Administração da empresa Metro do Porto não se dignou responder ou, sequer, justificar a ausência de resposta".
Considerando a situação "inadmissível" e um "absoluto desrespeito por um órgão municipal que emana da vontade dos portuenses", Feyo de Azevedo destaca também ser "ainda mais inaceitável" por se tratar de uma "empresa de capitais totalmente públicos".
O ofício termina com o autarca a pedir ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, a sua intervenção para "pôr fim a este incompreensível desrespeito pela Assembleia Municipal do Porto e, consequentemente, pela cidade".
No relatório do Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público (GT-AITP), e no que à Linha Rosa diz respeito, a Metro era questionada, entre outras, sobre se se mantém o prazo de julho de 2025 para a sua entrada em funcionamento em pleno, qual o prazo previsto para a duração da obra de reposição da via-férrea do elétrico, com sistemas de módulos pré-fabricados de betão na Praça da Liberdade e zonas circundantes, implicações desta obra e queixas sobre obras no período noturno no Jardim Carrilho Videira.
Já sobre o metrobus, questionava o grupo de trabalho se a via necessitava de algum licenciamento prévio anterior à circulação de viaturas, se a primeira viatura foi entregue durante o mês de janeiro para ensaios e razões para eventuais atrasos, instalação de uma central de abastecimento a hidrogénio verde, licenciamento do sistema de videovigilância e segunda fase do metrobus.
Quanto à linha Rubi, o grupo pedia ainda esclarecimentos sobre interrupção pedonal em alguns pontos do Campo Alegre e sobre o abate de árvores, quantas foram abatidas e transplantadas devido a cada uma das empreitadas, se estão previstos mais abates ou transplantes e onde.
A Lusa tentou ouvir a Metro, sem êxito.