"Barbaridades", "ignorância" e "falta de educação" voltaram a fazer parte do léxico das reuniões do Executivo na Câmara do Marco de Canaveses. A presidente Cristina Vieira e o vereador socialista Bruno Magalhães, ambos socialistas, envolveram-se em acesa discussão a propósito de uma decisão do Tribunal de Contas.
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O verniz estalou, na última reunião de Câmara do Marco de Canaveses, entre a presidente Cristina Vieira (PS) e o vereador socialista Bruno Magalhães, a quem, recentemente, a autarca retirou todos os poderes e pelouros. Expressões como "ignorância", "barbaridades" e "falta de educação" voltaram a fazer parte do léxico das reuniões.
Os ânimos exaltaram-se entre os dois socialistas por causa da decisão do Tribunal de Contas (TC) que devolveu à Câmara o pedido de visto prévio ao negócio da compra, para património municipal, das antigas instalações da Fábrica Eletro Moagem por 1, 7 milhões de euros.
O TC considera que só pode dar andamento ao processo se lhe for enviada a minuta do contrato de compra e venda, aprovada pelo órgão municipal, no qual deve constar, entre outros, "a completa identificação das partes", "deliberações dos órgãos municipais", "certidões tributária e da segurança social" regularizadas perante as finanças e segurança social e a "completa identificação dos documentos acessórios".
Parece que a Câmara andou a dormir. Nem uma simples declaração de dívida, que se tira num minuto
Para a autarca, "é normal que o TC peça mais elementos". Já Bruno Magalhães considera que o pedido do TC "revela erros processuais graves da Câmara". "É um bocadinho aligeirado. Parece que a Câmara andou a dormir. Nem uma simples declaração de dívida, que se tira num minuto", criticou Bruno Magalhães.
A discussão prosseguiu com a autarca a considerar o comportamento do vereador de "lamentável" e a dizer mesmo: "Não lhe vou dar a palavra". "Não se exalte, não é por falar mais alto e faltar à educação das pessoas que tem razão", retorquiu o vereador.
As barbaridades que o senhor diz em reunião de Câmara... É tão lamentável
"Exalta-me a sua ignorância tão grande que faz exaltar qualquer pessoa. As barbaridades que o senhor diz em reunião de Câmara... É tão lamentável", concluiu, em tom grave, Cristina Vieira.
A aprovação minuta do contrato de compra e venda acabaria ratificada pela maioria socialista, com quatro votos a favor, duas abstenções da coligação PSD/CDS e o voto contra do socialista Bruno Magalhães