Presidente das Misericórdias Portuguesas envia carta aberta sobre a pandemia aos provedores
Manuel de Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, apela aos provedores para "defenderem as Santas Casas da Misericórdia, os seus órgãos sociais e os profissionais".
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Numa carta aberta a que o JN teve acesso, o presidente começa por agradecer o "magnífico trabalho" que tem sido desenvolvido, sublinhando que as pessoas a cargo das misericórdias são "muito frágeis" e "quase todas com várias doenças crónicas".
Segundo Manuel de Lemos, se não fossem os "dedicados colaboradores" das Misericórdias, "os números estariam nos níveis de outros países da União Europeia, cuja média de óbitos "se situa em cerca de metade da capacidade os utentes".
Assim sendo, o presidente lamenta "o que assistimos nas diárias conferências de imprensa". E explica: [Trata-se de] "salientar o número de mortos em lar, como se os lares fossem um local para "condenados à morte"". Pelo que, completa, "seria justo que o Estado e a comunicação social, relevassem o fantástico papel que vós todos têm desempenhado".
Ressaltando a importância do apoio domiciliário que as Misericórdias continuam a assegurar aos utentes, o presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias do Porto, que garante "não desvalorizar a gravidade nem a letalidade" do novo coronavírus, deixa uma questão: "Se os idosos não estivessem nos Lares onde estariam, antes, durante e depois do COVID-19?".
Para "defender melhor" as Santas Casas da Misericórdia, Manuel de Lemos decidiu contribuir para "permitir que o Secretariado Nacional tenha mais e melhores dados", uma vez que só dessa forma se terá "acesso a mais testes, equipamentos de proteção individual e a mais formação".
Por isso, o presidente convida os colaboradores a preencherem semanalmente um mapa que ira permitir comunicar "as alterações ocorridas" em cada instituição. Dados que o representante acredita serem "decisivos" para o futuro.