<p>O novo presidente da Junta de Freguesia da Ericeira disse ontem, quarta-feira, que esta autarquia está falida, uma vez que não dispõe de meios financeiros suficientes para pagar a tempo e horas os salários dos 32 funcionários.</p>
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"Vejo os próximos meses muito terríveis porque não vou ter dinheiro para pagar o subsídio de Natal", afirmou à agência Lusa o presidente da Junta, António Mansura (PSD).
O autarca explicou que o dinheiro do último trimestre do ano referente aos protocolos de delegação de competências da Câmara Municipal "serviu para pagar os ordenados de Outubro".
"Só não estamos em falência porque estamos a pagar com dinheiros que recebemos adiantado", referiu, acrescentando ter herdado do anterior Executivo liderado por Joaquim Casado (PSD) uma dívida de 27 mil euros, acrescidos de outros 20 mil euros referentes a despesas por pagar a fornecedores.
Apesar das dificuldades financeiras, o autarca assegurou que não vai despedir funcionários, mas antes "reduzir custos com salários", por exemplo deixando de pagar horas extraordinárias.
O anterior presidente da Junta, Joaquim Casado, que, durante os 12 anos de mandato, abdicou do seu vencimento e de ajudas de custo, negou à Lusa que a autarquia esteja em falência, justificando que "os duodécimos e os dinheiros oriundos da Câmara são suficientes para pagar salários e despesas correntes".
Contudo, admitiu que o período após o fim do Verão é o mais difícil em termos da gestão financeira da Junta de Freguesia uma vez que "os custos disparam" com as limpezas de rua e recolha de resíduos sólidos.
"É tudo uma questão de gestão", disse, adiantando que durante o seu mandato "nunca houve atrasos no pagamento de salários", uma vez que recorria a empréstimos bancários sempre que se verificava alguma demora nos pagamentos por parte da Câmara Municipal.
Após as eleições autárquicas, "a Câmara não pagou no dia 23 de Outubro [como normalmente] e só o fez a 5 de Novembro, mas não podia pedir ao banco porque eu já não era presidente da junta", justificou.
Apesar do recurso à banca, Joaquim Casado disse que não há despesas por liquidar e minimizou as dívidas a fornecedores, por considerar que são correntes.