Presidente do Santa Maria rejeita relacionar troca de diretor com caso na dermatologia
O presidente do Hospital Santa Maria explicou esta quinta-feira que a substituição do diretor clínico não está relacionada com o caso do dermatologista que terá recebido milhares de euros por trabalho adicional, adiantando que não há processos disciplinares a decorrer.
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"Esta decisão nada tem a ver com os processos de dermatologia. Nada tem a ver. É demais dizer que das seis auditorias [internas], quatro foram pedidas ao diretor clínico para as coordenar. Se existisse alguma dúvida ou alguma suspeita, não iria incumbir o diretor clínico de o fazer", disse Carlos Martins.
O presidente da administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria falava aos jornalistas após se reunir esta manhã com o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, nas instalações do hospital, em Lisboa.
Carlos Martins realçou que Rui Tato Marinho manter-se-á "em plenitude de funções, enquanto não for substituído" e que a substituição tem que ver com uma estratégia de gestão.
"Tem que ver com uma visão e uma estratégia e tem que ver com uma prerrogativa que é minha: decidir quem está e quem sai em determinado momento", sustentou.
Na segunda-feira, Rui Tato Marinho afirmou que iria continuar a desempenhar o cargo, desconhecendo que esteja a decorrer um procedimento legal para a sua substituição, depois de na semana passada a administração da unidade de saúde ter anunciado alterações na sua composição, que passariam pela saída do diretor clínico.
Segundo a ULS Santa Maria, as alterações passariam pela saída da diretora clínica, Eunice Carrapiço, para os cuidados de saúde primários.
O presidente do Hospital Santa Maria clarificou que Eunice Carrapiço "não foi afastada, nem demitida".
"Está de baixa desde o dia 12 de fevereiro até ao final do ano. A existir algo, será em regime de substituição, algo que está acordado com a própria, não só em termos verbais, como em termos formais. Quando for entendido (...) existirá alguém a exercer as funções de diretor clínico da área dos cuidados de saúde primários em regime de substituição", vincou.
Carlos Martins recordou que as auditorias ao serviço de dermatologia estão concluídas e que "as conclusões serão entregues a quem de direito", ressalvando que "não há neste momento nenhum processo, nem disciplinar nem outro, nem processo de crime a decorrer".