Carla Lousada, presidente da direção da Fundação AJ Gomes da Cunha e vereadora na Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, e Joaquim Vasconcelos, tesoureiro da fundação e da Junta de Freguesia de São Nicolau, já tomaram a primeira dose da vacina da covid-19.
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A toma aconteceu a 21 de janeiro, quando os funcionários indicados pela fundação, que tem entre outras valências um Lar Residencial e um Centro de Atividades Ocupacionais para pessoas com deficiência, receberam a vacinação.
Confrontada pelo JN com esta situação, Carla Lousada desmente que o seu nome e o de Joaquim Vasconcelos constassem da listagem mas confirma que ambos receberam a primeira dose. "O nosso Plano de Vacinação, apenas e só, incluía funcionários que estavam afetos a 100%, à resposta social - Lar Residencial. Previamente ao dia da vacinação e conforme solicitado pelos serviços de saúde, foi remetida uma lista nominativa com todos os funcionários: Ajudantes de Ação Direta (16), Coordenadora do Lar (1), Técnica de Apoio/ Assistente Social (1), perfazendo um total de 18 pessoas que estão em permanente contacto com os utentes do Lar Residencial", começou por explicar.
Contudo, no dia da vacinação, "fomos confrontados pela equipa de saúde, de que iriam sobrar vacinas, sendo que nos foi solicitado a indicação de mais pessoas para serem vacinadas de imediato. Naquela hora, estavam na instituição três funcionárias que não tinham sido indicadas na lista, mas que no momento se considerou pertinente serem também vacinadas".
Depois destas três pessoas vacinadas continuavam a sobrar duas vacinas e foi aí que "convidaram" a presidente e o tesoureiro a fazê-lo. "Considerando que estava nas imediações um dirigente (tesoureiro) que pertence ao grupo considerado de risco (cardíaco e fator idade), entendemos que também ele deveria ser vacinado. Como ainda sobrava uma vacina, e não estando mais ninguém na instituição, acedi, depois de várias insistências por parte da equipa, a tomar a última sobra", garantiu Carla Lousada.
O JN apurou que houve alguns funcionários da instituição que não foram contemplados nesta primeira fase de vacinação na Fundação AJ Gomes da Cunha mas Carla Lousada assume que "tanto a diretora técnica quanto os funcionários presentes no momento da vacinação, são elementos da linha da frente sempre presentes e em contacto direto com os utentes em todas as situações, que apenas não tinham sido indicados por não estarem afetos a 100% à resposta de lar residencial", tendo sido vacinados porque "estavam no local naquela hora".
A presidente da instituição afiançou que "os restantes funcionários afetos a outras respostas aguardam pela indicação dos competentes serviços", por não terem sido considerados prioritários e porque "naquele dia não estavam a colaborar no processo de vacinação do lar e terem existido sobras que não sendo utilizadas seriam desperdiçadas".
Nesta resposta ao JN, Carla Lousada lamenta que não haja orientações superiores "claras e rigorosas, que deveriam ser da competência da Coordenação do Plano Nacional de Vacinação" e que assim se "sujeitem e exponham todos os competentes profissionais de saúde que no terreno tentaram, e tentam, encontrar as melhores soluções quando confrontados com estas situações", confessando estar de "consciência tranquila".