Já havia equipas constituídas para as eleições autárquicas a contar com a desagregação das seis freguesias.
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A generalidade dos presidentes das uniões de freguesias de Guimarães ficaram admirados com o chumbo presidencial à lei que determinava a desagregação destes órgãos. Este concelho minhoto estava entre os que iriam fazer o pleno, vendo serem separadas as seis uniões de freguesias que se propuseram: Tabuadelo, São Faustino; Conde, Gandarela; Vila Nova, São Clemente; Prazins, Corvite; Airão Santa Maria, São João e Vermil; e Serzedo e Calvos.
Flávio Freitas (PS), presidente da União de Freguesias de Conde e Gandarela, diz que ficou “estupefacto”. Este autarca menciona o enorme volume de trabalho que requereu o processo de desagregação, “ao contrário da união, em que ninguém nos perguntou nada e foi tudo feito a régua e esquadro”. Flávio Freitas pensa que “Marcelo Rebelo de Sousa não faria isto se ainda se pudesse candidatar mais uma vez” e recusa que se possa dizer que não houve transparência no processo.
O presidente da União de Freguesias de Tabuadelo e São Faustino, Carlos Sousa, fala numa decisão que lhe causou “tristeza”. O autarca lembra que a agregação foi "imposta" e que sempre disse "que quando fosse possível" seria revertida. Para Carlos Sousa, “o presidente da República não está a ir de encontro ao desejo das populações”. O autarca, eleito pelo PS, referiu que esta situação representa um revés, numa altura em que já tinham "duas equipas constituídas para as eleições autárquicas”.
Má fé do presidente
“O presidente vetou no último dia possível, num ato de má fé”, refere Carlos Sousa. Este autarca diz que fica a aguardar o que os partidos na Assembleia da República vão fazer, mas já sem esperança que haja tempo de reverter a situação a tempo das próximas autárquicas que terão de ser realizadas entre 22 de setembro e 14 de outubro.
Tiago Silva (PSD/CDS), presidente da União de Freguesias de Airão Santa Maria, São João e Vermil, afirmou que recebeu a notícia com naturalidade, mas também com perplexidade. “As pessoas sentem-se defraudadas, porque a desagregação era realmente a vontade das populações”, refere. Para este presidente de Junta, “o veto do Presidente, revela um desconhecimento do trabalho feito para a desagregação”.