O primeiro centro de investigação e engenharia oceânica do país nasce no próximo ano, no Porto. O projeto, INESCTEC.OCEAN, tem como objetivo promover o desenvolvimento das energias renováveis offshore e o impacto ambiental das atividades humanas e conta com uma verba de 30 milhões de euros.
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Liderado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o projeto, que decorrerá entre 2025 e 2031, pretende dar resposta às necessidades científicas e tecnológicas de áreas emergentes ligadas ao mar, como as energias renováveis offshore, a monitorização e a avaliação de impacto ambiental ou aquacultura. Além disso, terá também impacto em setores tradicionais, como a pesca.
"O objetivo é que o INESCTEC.OCEAN venha a ser uma referência internacional na área da engenharia oceânica, tirando partido da nossa localização face ao Oceano Atlântico, que é uma posição central", afirma José Manuel Mendonça, representante do projeto.
Até 2031, o centro irá focar-se, por exemplo, em promover avanços científicos e em criar condições para uma maior cooperação entre a academia, as associações empresariais e as entidades financiadoras. O INESCTEC.OCEAN apostará, ainda, na aproximação da indústria e da investigação, estimulando a inovação e a transferência de conhecimento. "Prevemos não só a criação de quatro programas científicos, em colaboração com a indústria, dedicados a domínios de conhecimento, como são as Estruturas Marinhas, a Robótica Marinha, a Energia Oceânica e os Dados Oceânicos, mas também a participação ativa em mais de 50 projetos de cooperação com a indústria, de forma a respondermos às necessidades do mercado", avança José Manuel Mendonça.
Rede de infraestruturas
O projeto, que conta com uma verba de 30 milhões de euros, também irá financiar bolsas de doutoramento em áreas relacionadas com engenharia oceânica e irá criar uma rede de infraestruturas, em terra e offshore, para o desenvolvimento e teste de tecnologias, reajustando e equipando infraestruturas existentes e criando novos espaços de experimentação. "O nosso objetivo é conseguir meios para colocar num outro nível as infraestruturas existentes, como é o caso do Hub Azul de Leixões I, do TEC4Sea, ou a plataforma de testes na Aguçadoura, Póvoa de Varzim", explica o representante.
O projeto conta com o envolvimento da Fórum Oceano, Cluster do Mar Português, e da APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo. Já internacionalmente, conta a participação do Centro de I&D Norueguês SINTEF.OCEAN, que é o principal centro de investigação e desenvolvimento da Noruega na área e que tem mais de 70 anos de experiência.