Com oito aerogeradores e 17 mil painéis fotovoltaicos, a EDP acaba de ligar à rede o primeiro parque híbrido do país e da Península Ibérica. Está localizado em 13 hectares da Serra de Santo Estevão, no Sabugal e, de acordo com a elétrica portuguesa, permite aumentar a produção de energia limpa do país em mais 39 gigawhats por ano.
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"Aproveitaram-se as infraestruturas existentes, aliou-se o vento ao sol, dando um contributo adicional à política de descarbonização", disse aos jornalistas Duarte Bello, o administrador da EDP Renováveis para a Europa, que, esta quinta-feira, foi ao local.
"Este projeto poderá produzir a energia renovável suficiente para fornecer 30 mil pessoas durante um ano", garantiu.
O projeto solar de painéis bifaciais tem uma capacidade instalada de 8,4 mw e permite aproveitar a irradiação solar em ambos os lados, maximizando assim a produção renovável. Já o parque eólico tem uma capacidade total de 11 mw e já inclui uma turbina mais potente no âmbito de um projeto de sobreequipamento.
"Colocar em operação o primeiro projeto híbrido eólico/solar é um reflexo do nosso caráter pioneiro e inovador", acentuou Duarte Bello. Aliás, a EDP tem nesta fase em estudo e desenvolvimento mais de 1600 MW em projetos híbridos na Península ibérica. Três em Espanha e um outro em Portugal, na zona de Penela, distrito de Coimbra, que deverá ser ligado à rede no mês de abril.
A mais valia do projeto é que possa ser usado o vento ou o sol conforme a intensidade da fonte
Ainda que ausente da cerimónia de apresentação do parque híbrido, o presidente da Câmara do Sabugal tem acompanhado o investimento da EDP Renováveis e reveste o projeto de elogios.
"Este parque é um motivo de grande satisfação até porque é a primeira experiência do género, não requer o aumento do parque, mas aproveita a instalação existente. A mais-valia do projeto é que possa ser usado o vento ou o sol conforme a intensidade da fonte", sublinhou o autarca Vítor Proença.
Benefícios para as autarquias
"Regra geral, este tipo de iniciativas dão origem a contrapartidas financeiras importantes para as juntas de freguesia e para o próprio do município", assegurou o edil. Povoado de dezenas de aerogeradores, o concelho beneficia diretamente de 2,5% do valor da faturação daqueles e ainda encaixa 10 mil euros/ano destinados a aplicar em casos de pobreza e insuficiência energética na região.
O investimento no setor é apoiado pelo município e não apenas aquele que é proveniente de grandes empresas. Atualmente está em consulta pública outro projeto na quinta de Valverdinho, nos limites dos concelhos do Sabugal e Belmonte.
"Trata-se de outro parque híbrido de uma empresa de capitais austríacos que terá capacidade de produção de 240 mgw/ano", sendo que 70% recai sobre painéis fotovoltaicos e os restante 30% em eólicas", explicou Vítor Proença