Os principais projectos urbanísticos da Maia estão parados e esperam por investidores. A Câmara pretende que o mercado se associe ao Município na concretização do plano do Centro Direccional (conhecido por Parque Maior) e do campo de golfe em Silva Escura.
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Ambos os projectos foram lançados há mais de três anos e, globalmente, envolvem uma área de cerca de 96 hectares. Tratam-se de operações urbanísticas que combinam a criação de equipamentos públicos e sociais com empreendimentos de cariz privado, como novas habitações e áreas de comércio, de escritórios e de serviços. No entanto, estão a cumprir percursos distintos.
O dossiê do Parque Maior voltou à estaca zero com direito a mudança de designação. A crise económica determinou a dissolução da parceria com a empresa espanhola MRA, que, no final de 2006, se propunha a investir 150 milhões de euros em 10 anos na execução do plano do Centro Direccional da Maia, de autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura. A sociedade Parque Maior foi extinta há poucos meses face ao risco de insolvência da MRA.
A liderança da operação - que contempla a construção de 33 edifícios com 1110 habitações, lojas e escritórios e um parque urbano de sete hectares num terreno que ficará liberto após a demolição do bairro do Sobreiro - foi assumida na totalidade pela empresa camarária Espaço Municipal, Renovação Urbana da Maia. Em breve, apresentará um plano estratégico ao Executivo para a realização do projecto, que abrange 26 hectares no centro do município.
Calcula-se que o investimento necessário para executar o projecto, que trará mais cinco mil habitantes à Maia, é de 190 milhões de euros. Mas não há pressa, garante a Autarquia. Por isso, a demolição do bairro de Sobreiro será concretizada ao longo de 20 anos. Até hoje, foram destruídos 16 edifícios e realojadas 150 famílias. Ainda moram 480 no bairro. E não há ainda data de saída. Perspectivando-se a lenta implementação do plano do Centro Direccional da Maia, a Câmara fará obras de manutenção naquela urbanização, em particular nas torres, enquanto tenta cativar o mercado.
"A Câmara está à procura de novos investidores para, em conjunto com a Espaço Municipal, desenvolver este projecto. Também queremos que o mercado se associe ao fundo Maia Golfe [criado em Dezembro de 2007 e gerido pela sociedade Fundimo, da Caixa Geral de Depósitos]. Compreende uma área de 70 hectares em Silva Escura e em Nogueira. Teremos um hotel, uma clínica e uma zona urbanizada para rentabilizar o campo de golfe de nove buracos, com acesso directo à A41", apela Bragança Fernandes. O presidente da Câmara da Maia crê na atractividade dos projectos e do concelho.
Até ao final do ano, a Autarquia espera dispor de meios financeiros para lançar a primeira fase de execução de infra-estruturas do empreendimento Maia Lago, que possuirá quatro vertentes: a desportiva, a habitacional, a comercial e a empresarial.