A fé das gentes da Ribeira de Viana do Castelo está de novo estampada nas ruas, em tapetes de sal colorido, por onde a Senhora d’Agonia, vai passar esta terça-feira à tarde.
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Naquela cidade, vive-se o dia da padroeira e é nesta data que, todos os anos, se realiza a tradicional Procissão ao Mar, com dezenas de embarcações de pesca engalanadas a desfilar no rio Lima e mar. Milhares de pessoas assistem das margens.
A romaria de Nossa Senhora d’Agonia entra hoje na reta final e este é um dos quadros mais aclamados, como demonstração de fé.
Este ano, cabe ao armador Alfredo Gonçalves e ao seu filho Vitor, mestre da embarcação “Deus Quer”, levar o andor da padroeira. E para preparar a passagem da procissão, no seu regresso das águas, as gentes da Ribeira, trabalharam durante toda a noite, a enfeitar seis ruas com tapetes de sal colorido, com motivos alusivos à fé, à pesca, à Romaria e à cidade. Este ano, apostaram também no tema das flores. Foram utilizadas cerca de 40 toneladas de sal tingido com anilinas.
Com tudo a postos para cumprir a missão, está Alfredo Gonçalves, de 66 anos, o armador da “Deus Quer”.
Antigo pescador, conhecido como Alfredo “Esposendeiro”, por ter nascido em Esposende, diz que já deixou a pesca há seis anos, mas vai voltar a embarcar juntamente com o andor da Senhora da sua devoção. “Eu tenho muita fé. Muitas vezes já vi a morte à frente dos olhos e quando uma pessoa se lembra da Senhora d’Agonia parece que o mar fica muito mais calmo”, refere.
Não é a primeira vez que o barco transporta a imagem da padroeira na romaria (já foi em 2017), mas desta vez, a demonstração de fé promete ser “cumprida a rigor, como manda a tradição de antigamente”, com “tudo “a condizer”. “Acho que este ano vai ser deslumbrante. Vai ser tudo a rigor como manda a tradição. Tudo nos trinques”, garante o armador.
As festas de Viana do Castelo, terminam na próxima quinta-feira, 22 de agosto.