Produtores de Ferreira do Alentejo alarmados com furtos de melancias e melões
Os produtores de melão e melancia de Ferreira do Alentejo estão alarmados com o crescente aumento dos furtos que se têm verificado no concelho.
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Numa reunião onde estiveram presentes o Conselho Municipal de Segurança (CMS), o presidente da Câmara de Ferreira do Altentejo e a GNR, esta quinta-feira, os produtores foram da opinião unânime de que a GNR deve proceder à georreferência das lavras de melão e melancia para mais facilmente serem detetados os furtos.
Ao JN, Luís Pita Ameixa, presidente da autarquia ferreirense, revelou que vai pedir uma reunião ao Ministério da Administração Interna (MAI), para que “seja criado um programa mais robusto para esta cultura, como se faz com a operação na apanha da azeitona”, acrescentando que vai pedir à ASAE “uma presença mais efetiva na segurança alimentar na venda ambulante, muita dela feita com frutos furtados”.
“Vamos criar uma Comissão de Acompanhamento, com autarquia, GNR e produtores, para sensibilizar e diligenciar juntos dos magistrados do Ministério Público uma ação mais punitiva dos criminosos e saírem com medidas que desincentivem os furtos”, concretizou Luís Pita Ameixa.
Vasco Pirocas, que tem 13 hectares de lavras, foi o último alvo dos assaltantes, que no passado domingo levaram 140 quilos de melão. “Precisamos de mais proteção, isto está um pandemónio, cada vez que há furtos é um prejuízo de 500 euros. A georreferência pode ser uma boa solução. Assim é que pode ficar, apesar do trabalho da GNR ser importante”, resumiu.
Aos 65 anos, António Lança é a imagem do desalento e pondera este ano acabar com a produção de fruto nos 25 hectares das suas lavras. “Tenho dormido dentro de uma carrinha na lavra para evitar os roubos”, acrescentou. “São tão descarados que já só falta levarem a fruta quando nós estamos nas explorações”, acrescentou.
O melão e a melancia do concelho de Ferreira do Alentejo é tido como um produto de excelência em Portugal e grande parte dos cerca de meia centena de produtos são vendidos para os grandes mercadores abastecedores do país.