Professor da Universidade do Minho diz que a Penha é um "bairro social para ricos"
Especialista defende que não são precisas novas estradas, mas sim mais casas nas ruas existentes.
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André Fontes, arquiteto e professor da Escola de Arquitetura, na Universidade do Minho, em Guimarães, criticou, durante um debate sobre política de habitação, organizado pela Concelhia do Partido Socialista, aquilo que classificou como "bairros sociais para ricos", na encosta da Penha.
O arquiteto e professor defende que "em Guimarães e no Minho" há uma ausência de espaço público e considera que "nas periferias não temos largos e jardins, só estrada". Para André Fontes há um problema de falta de densidade construtiva. Segundo este especialista, "não precisamos de mais ruas e estradas, mas sim de mais casas e de casas mais pequenas, nas ruas já existentes."
Além da criticar a forma como a Penha, em Guimarães, tem vindo a ser urbanizada, o professor da UMinho também se pronunciou sobre um fenómeno semelhante que está a acontecer na zona dos sacromontes. Trata-se de uma área vasta que abrange territórios dos concelhos de Braga e Guimarães incluindo o Santuário do Bom Jesus do Monte, Santuário do Sameiro, Capela de Santa Maria Madalena, Capela de Santa Marta do Leão e os povoados castrejos de Santa Marta das Cortiças, Briteiros e Sabroso.
Por seu turno, Rio Fernandes, catedrático de Geografia da Universidade do Porto e militante do PS, afirmou que as casas deixaram de ser um "direito "para passar a ser "produto de mercado" e defendeu que uma política socialista de habitação não pode desistir das casas como direito social universal.
Plano pormenor
Em 2020, quando se falou das construções na encosta da Penha como uma "favela de luxo"a Câmara de Guimarães afirmou que estavam a ser tomadas medidas para limitar a construção, uma vez que era necessário estabilizar a encosta. As águas pluviais estavam no limite e pulmão da cidade era ameaçado por vivendas.
O plano nunca foi apresentado e nos documentos disponíveis para consulta pública na página de internet da Câmara , a propósito da revisão do Plano Diretor Municipal, a referência que surge à montanha da Penha é por estar em curso a classificação como área protegida a nível local.