O professor da Universidade de Coimbra e especialista em gestão de riscos territoriais, Alexandre Tavares, defende que os danos do mau tempo na Madeira poderiam ter sido atenuados se tivesse havido um alerta precoce.
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"Em tempo oportuno teria sido um elemento essencial. Teria possivelmente reduzido o número de vítimas e levado a que se acautelassem os meios", entende.
Para o docente, há dados históricos e questões do ordenamento do território que apontavam para a possibilidade de um fenómeno desta natureza para o local, concluíndo que poderia ter sido feito mais. "Não resolveria tudo, mas seria um contributo importante para que algumas situações fossem evitadas", justifica. Ressalva no entanto ainda não ter estado no local, suportando a sua opinião com o que viu na Comunicação Social e com o que lhe foi reportado por quem está no terreno.
Catástrofes chamam a atenção
Alexandre Tavares falou à margem da quinta edição do Congresso de Jovens Geocientistas, que termina hoje em Coimbra. A professora do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e organizadora do evento, Celeste Gomes, revela que acontecimentos como os que se registaram sábado na Madeira e em Janeiro no Haiti chamam a atenção para os trabalhos dos jovens. "Verifica-se uma grande adesão a temas como a sismologia, e quero acreditar que esteja relacionada com os processos naturais que têm ocorrido nos últimos anos, como o do Haiti, ou mesmo o tsunami de 2004", entende.