O STOP - Sindicato de Todos os Profissionais da Educação quer que o Governo antecipe a reunião negocial que está agendada para finais deste mês.
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"No dia 14, se for um oceano de pessoas [à concentração agendada para Lisboa], o Governo vai ter de ceder, é incontornável a escola pública começar a parar e não ceder", afirmou o lídero do sindicato André Pestana, em Famalicão, onde a greve de pessoal docente e não docente encerrou a Escola Secundária Camilo Castelo Branco.
"Estamos dispostos a negociar mas claramente não iremos fazer como no passado. Não vamos parar esta luta sem antes ser sufragado por quem trabalha nas escolas", afirma André Pestana, em alusão aos protestos que já decorrem desde dezembro.
"Se o ministro tiver o bom senso de antecipar a reunião negocial prevista para finais de janeiro, e obviamente se trouxer um conjunto de propostas para analisarmos, vamos pegar nessas propostas e sufragar democraticamente", aponta.
Em causa está a atualização salarial para "compensar a inflação dos últimos anos, uma avaliação justa e sem quotas, o direito a descontar para a Caixa Geral de Aposentações e uma gestão escolar democrática". A estas reivindicações acrescem, ainda, "questões específicas" como a contagem integral do tempo de serviço", e ainda o facto de os assistentes operacionais e técnicos terem os mesmos salários se estiverem a trabalhar "há 30 anos ou entrarem agora". "Os assistentes operacionais para chegar ao topo da carreira têm de esperar 120 anos. Parece humorístico, mas não é", revela.
Sara Daniela, representante do pessoal não docente da Escola Camilo Castelo Branco aponta o direito a descontar para a Caixa Geral de Aposentações como uma das reivindicações e também a melhoria do seguro de acidentes de trabalho, como priopridades a serem atendidas pela tutela.
Na concentração de docentes e não docentes à porta da Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, estiveram também alguns pais. Lurdes Silva, da Associação de Pais da Escola D. Sancho I diz-se solidária com a luta dos professores. Apesar de considerar que estas greves podem "prejudicar" os alunos, Lurdes espera que o Governo tome uma atitude para que tal não aconteça.
Também André Pestana, do STOP, considera que os pais compreendem a luta dos professores.
"Os profissionais da educação também são pais, mas acima de tudo as pessoas têm visto notícias, há milhares e milhares de alunos sem professores durante longos meses, e não é devido às greves, mas devido às políticas que têm desvalorizado quem trabalha nas escolas", atira. Na opinião do dirigente do STOP "há poucas pessoas que querem" trabalhar nas escolas e por isso há pessoas a dar aulas "sem as pedagogias". "É a mesma coisa que ser operado por um médico que é médico, mas que não tem especialidade na cirurgia", sublinha.