A Câmara Municipal de Óbidos receia que o projecto "Óbidos Solar", vencedor do Green Project Awards (GPA) 2010, poderá estar em risco se não for alterada a legislação que impede as empresas parceiras de financiarem sistemas de microgeração.
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"Temos a microgeração instalada em 200 fogos, mas a recente alteração da legislação impede-nos de inscrever mais famílias por que limita aos bancos e instituições de crédito o financiamento destes projectos", disse hoje à Lusa o vereador do ambiente na câmara de Óbidos, Humberto Marques.
O projecto lançado pelo município em Junho de 2009 prevê a instalação de sistemas de microgeração em 1500 fogos, num investimento superior a 37 milhões de euros.
O sistema assenta numa parceria entre a autarquia e empresas na área das energias renováveis, para candidatarem a instalação de painéis fotovoltaicos e solares térmicos nas habitações.
As empresas responsabilizam-se pelo investimento que oscila entre os 24 e os 30 mil euros por unidade de micro geração cabendo ao munícipe uma comparticipação inferior a mil euros.
"Não fosse o problema do registo e teríamos mais algumas centenas de candidaturas inscritas", referiu o vereador, assegurando a existência de "mais cerca de 500 famílias" interessados em aderir.
Através da micro geração (produção de energia com recurso a energias renováveis) a autarquia estima que as famílias consigam poupar cerca de 75 % da factura energética (com o aquecimento de águas sanitárias) e recebam nos primeiros nove anos 25 % da receita da venda de energia à EDP.
Após este período de concessão as famílias passam a receber a totalidade da venda de energia.
"Além da vertente económica e ambiental, a vertente social pesou muito no reconhecimento do projecto que apoia famílias com menos posses e lhe possibilita ganhos económicos", constatou o autarca. "É incompreensível que empresas não possam continuar a financiar o investimento", lamentou.
