Ideia que ganhou concurso alvo de críticas, algumas já referenciadas pela Câmara. Mas o plano base mantém-se.
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A Câmara de Aveiro vai fazer “alterações relevantes, mas sem mudar as grandes opções do projeto” que ganhou o concurso de ideias para a Antiga Lota. A frase do presidente da autarquia, Ribau Esteves, foi feita esta quarta-feira em mais uma sessão de apresentação pública e lançamento do estudo urbanístico, durante a qual foram feitas críticas ao “desenho”.
O projeto do gabinete Dois Arquitectos contempla habitação (15400 m2), um hotel (8000 m2) e um parque urbano (22575 m2). Para além disso, prevê que o edifício da lota, seja remodelado (2250 m2) para comércio e restauração. Haverá ainda um ancoradouro (13400 m2), capaz de receber embarcações até 40 metros. Para as associações náuticas e culturais serão construídos armazéns (6000 m2).
Após a apresentação do arquiteto Nuno Costa, pessoas ligadas a associações náuticas criticaram a localização da marina, prevendo problemas de assoreamento, reclamando ainda mais espaço para os veleiros. Dirigentes da canoagem e remo pediram a criação de um canal para treinos e provas. O arquiteto Pompílio Souto discordou da “segmentação” dos “edifícios-objecto” que “não promovem a vivência nem a segurança”. E o antigo presidente da Câmara de Ovar, advogado em Aveiro, Armando França, considerou a “manta é curta” para tantos edifícios”. A falta de estacionamento e de acesso a marinhas foram igualmente observadas.
O presidente da Câmara e o arquiteto anotaram mas não responderam. No entanto, Ribau Esteves adiantou, sem especificar, que várias das situações já estavam referenciadas pela autarquia que terá a palavra final no estudo urbanístico, feito pelo gabinete que ganhou o concurso de ideias. “Haverá alterações relevantes, mas sem mudar as grandes opções do projeto, que não vai parar. Já chegam 30 anos de abandono”, afirmou ao JN o edil, numa alusão ao facto de só no passado mês de abril o terreno ter passado do Porto de Aveiro para a Câmara.
Ribau espera ter o estudo urbanístico pronto no final deste ano. Interessados “há muitos”, revelou, dando o exemplo de uma multinacional que queria ficar com o projeto todo. “Não é isso que queremos”, afirmou, tudo indicando que a venda será feita por lotes em hasta pública.