Junta de Freguesia da Caniçada e Soengas diz que a ampliação vai avançar porque se alguém morrer não há nenhuma sepultura.
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A União de Freguesias da Caniçada e Soengas vai avançar com a ampliação do cemitério de Soengas, em Vieira do Minho, porque o atual não tem nenhuma campa vazia. Mas as proprietárias de uma casa que confronta com o espaço contestam o alargamento. Alegam que o recinto ficará colado ao seu terreno, violando a lei que impõe uma distância de dez metros, poluindo o solo e trazendo maus cheiros.
Ao JN, Maria Antonieta de Leão e Oliveira diz que o aumento do cemitério, é "ilegal e um absurdo". "Temos uma providência cautelar preparada para que o Tribunal embargue a obra", adianta uma das contestatárias.
Já o secretário da Autarquia, João Rocha, afirma que a empreitada vai começar e "depois o juiz que decida". Por seu lado, o presidente da Câmara, António Cardoso, adianta ao JN que vai promover nova reunião entre as partes.
Segundo as proprietárias da casa - mãe e filha - dizem que a CCDR-Norte e a delegação de Saúde deram parecer negativo: pela questão da violação da distância, uma vez que cemitério quase será alargado até ao portão da casa, e por razões de higiene e saúde pública.
Parecer de especialista
As queixosas pediram, também, um parecer a um especialista em cemitérios. Segundo o engenheiro António Simões, "atendendo aos espaços de inumação a construir, ou seja, em sepulturas tradicionais, em que os líquidos da decomposição cadavérica serão encaminhados para o solo - e logo para as linhas de água -, e dado o local estar a uma altura superior ao terreno, os líquidos serão visíveis na encosta e provocarão odores nauseabundos".
O ex-presidente e atual secretário da União de Freguesias da Caniçada e Soengas contrapõe e afirma que as proprietárias concordaram nas duas reuniões havidas na Câmara de Vieira do Minho, com a ampliação do cemitério para dez campas, ficando as restantes seis para outro terreno. "O problema é que dizem que sim, mas depois não cumprem a promessa", afirma, frisando que nova reunião será "uma perda de tempo!
Para o autarca, "se morrer alguém em Soengas não há onde o sepultar", pelo que o crescimento do cemitério "é imprescindível".