A prova militar internacional Fortaleza 2024 decorreu, na quarta-feira, na Póvoa de Lanhoso, acabando em Braga, com o puxar à mão de uma viatura pandur de 18 toneladas e exercícios de fogo real na carreira de tiro do Regimento de Cavalaria 6.
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A ação colocou à prova os limites de militares da Brigada de Intervenção (BrigInt) do Exército Português e da Brigada Galicia VII (BriLat) do Exército de Terra de Espanha, incluindo exercícios no rio Ave, subidas escarpadas e lançamento de granadas.
A prova Fortaleza 2024 começou logo de manhã cedo, na Albufeira das Andorinhas, da freguesia de Sobradelo da Goma, na Póvoa de Lanhoso, nas margens do rio Ave, com a subida íngreme da ponte que liga às freguesias de Travassos e de Brunhais.
Este exercício envolveu cerca de uma centena de militares, portugueses e espanhóis, a marcor (marcha e corrida), descidas em corda ("slide") na Diverlanhoso e ainda lançamento de granadas nas imediações do centenário Carvalho de Calvos.
Depois, foi a vez de executar a Via Ferrata, desde o sopé do Monte de Pilar até ao Castelo de Lanhoso, seguindo-se grupos de cinco operacionais a puxarem à mão uma viatura pandur com 18 toneladas, já em São Mamede de Este, no concelho de Braga.
Sempre em corrida entre a Serra do Carvalho e o Monte de Vasconcelos, foi a vez do Regimento de Cavalaria 6, de Braga, realizar provas de obstáculos e exercícios com tiro real de espingarda automática ("FN Scar-L") e de pistola ("Glock" 17).
A Fortaleza é uma competição realizada ao nível BrigInt, "que tem como finalidade estimular a prática desportiva, aperfeiçoar a prontidão operacional, consolidar aspetos educativos e formação, desenvolver as capacidades físicas e psicomotoras e fomentar a camaradagem no seio da Brigada de Intervenção", explicaram os responsáveis.
Da segunda edição desta prova, resultou, como vencedor, o Regimento de Cavalaria Nº 6 (RC6), "pelo que de acordo com o regulamento, o RC6 tem a responsabilidade de organizar a terceira edição da prova em 2024 e, no âmbito das relações bilaterais, o convite para participar na prova Fortaleza 24 será extensível à Brigada Galicia VII", acrescentou o RC6.
"Honra" de receber a prova
Além de militares do RC6, participaram operacionais que integram a Brigada de Intervenção do Exército Português, sediada em Coimbra, do Regimento de Infantaria 13 (Vila Real), de Regimento de Infantaria 14 (Viseu), do Regimento de Engenharia 3 (Espinho) e do Regimento de Artilharia Antiaérea (Queluz), bem como os da Unidade de Apoio da Brigada de Intervenção.
A prova teve a colaboração da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, da Associação Desportiva de Sobradelo da Goma, da Diverlanhoso, da Confraria de Nossa Senhora do Pilar, do Castelo de Lanhoso e da Direção de Saúde do Exército Português.
O presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, bem como o vereador da Proteção Civil, Ricardo Alves, receberam, na Diverlanhoso, o comandante do Regimento de Cavalaria Nº 6, coronel de cavalaria José Pedro Mataloto.
Frederico Castro destacou "o bom relacionamento com o Regimento de Cavalaria Nº 6", salientando a "honra" que é receber esta prova. "Cada vez mais a Póvoa de Lanhoso afirma-se território de excelência para este tipo de eventos", acrescenta.
O autarca enalteceu "as potencialidades" do território "não só, mas também, para o turismo e as atividades de natureza", dadas as "condições naturais" do concelho.
O comandante do RC6, coronel José Pedro Mataloto, destacou "a importância deste tipo de prova para os militares", explicando que "os laços de amizade fortalecem entre o pessoal das unidades militares".
"É mesmo muito importante estimular este espaço de camaradagem e de entreajuda, este espírito de equipa, porque depois em cenários complicados, no limite em situação de guerra, faz sempre toda a diferença para a resolução mais informal de problemas que surgem", conclui o coronel.