PS diz que mexidas na Águas de Gaia são arbitrárias e exige auditoria à empresa municipal

Em comunicado emitido nesta terça-feira, os socialistas, agora oposição na Câmara de Gaia, depois de 12 anos à frente dos destinos do município, dizem que as mudanças operadas na empresa pelo novo executivo liderado pelo social-democrata Luís Filipe Menezes são precipitadas e arbitrárias, porque foram implementadas sem qualquer estudo, relatório ou auditoria.

Luís Filipe Menezes anunciou mexidas na empresa municipal Águas de Gaia, cuja saúde financeira criticou. "Quando a empresa vive de um subsídio anual da câmara de oito milhões de euros e tem passivo financeiro bancário de perto de 30 milhões, não pode estar a fazer sedes novas de 12 milhões de euros e, ao mesmo tempo, ter os trabalhadores mais humildes em contentores espalhados pelo concelho, como em Vilar de Andorinho e Avintes", disse o autarca social-democrata, que também concelou o concurso de 510 milhões de euros (mais IVA) para a recolha de lixo e limpeza urbana durante 12 anos.

"A ausência de qualquer estudo, relatório ou auditoria fragiliza as decisões tomadas na última semana pela Câmara Municipal na gestão da Águas de Gaia. O Partido Socialista de Vila Nova de Gaia contesta esta forma precipitada e arbitrária como têm sido conduzidos os processos de decisão na empresa, desde o quadro dirigente à anulação do concurso dos resíduos e limpeza urbana, as decisões anunciadas foram tomadas de ânimo leve e sem avaliação, arriscando a credibilidade da empresa e do município", afirmam os socialistas.

"Apesar da herança de uma dívida elevada à Suma e à Suldouro, a gestão da Águas de Gaia soube virar a página e tornar-se uma empresa municipal de boas contas, com bom desempenho financeiro e setorial, assim reconhecida no plano nacional. Os sucessivos resultados positivos e os investimentos realizados são disso exemplo, bem espelhados nos relatórios do Revisor Oficial de Contas", acrescenta o comunicado do PS.

Os socialistas entendem que "dada a relevância estratégica desta empresa para o desenvolvimento do concelho" é "fundamental que todas as decisões políticas e financeiras sejam tomadas com absoluta preparação, rigor, transparência e responsabilidade", exigindo, por isso, "a realização urgente de uma auditoria financeira e técnica independente à Águas de Gaia, abrangendo a gestão dos últimos 15 anos" [12 dos quais sob liderança municipal do PS].

"Esta auditoria, por um lado, permitirá confirmar a solidez da gestão da empresa e, por outro, abrirá o debate público sobre as decisões que o município tem de tomar para a descida da fatura da água", conclui o comunicado.