
Presidente do PSD classificou Armando Fonseca de "insidioso e divisionista"
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Armando Fonseca (PS) foi reeleito presidente da Assembleia Municipal (AM) de Baião, numa sessão marcada pela polémica do discurso do presidente que o PSD classificou de "insidioso e divisionista". A intervenção do socialista, durante a tomada de posse, motivou protestos e tensões entre as bancadas. Armando Fonseca foi reeleito presidente da AM apesar de PS ter perdido as eleições para a Assembleia Municipal.
A reeleição de Fonseca só foi possível devido ao peso dos presidentes de junta - dez dos catorze eleitos em listas socialistas - que, em votação secreta, garantiram a maioria necessária para reconduzir o dirigente. O PS contou assim com 24 votos (14 presidentes de junta e dez membros diretos), contra os 12 obtidos pela coligação PSD/CDS, que, embora vencedora das eleições autárquicas por 270 votos, não conseguiu eleger o seu candidato, Miguel Afonso Dinis Correia.
Durante o discurso, Armando Fonseca começou por agradecer a "cordialidade e educação" do adversário social-democrata, mas rapidamente passou a sublinhar que a vitória na eleição da mesa "reflete a vontade democrática dos 35 membros do órgão" e que "o PS mantém maioria clara na Assembleia Municipal". O socialista garantiu ainda que o partido "propôs de boa fé" a inclusão de um elemento do PSD na mesa "para sinal de consenso", proposta que, segundo disse, "não foi aceite".
A afirmação foi contestada de imediato por Miguel Afonso Dinis Correia, que interrompeu a sessão acusando o reeleito de "dizer meias-verdades" e de omitir que teria sido o PSD a sugerir a presença de um socialista na mesa, reservando a presidência para o partido mais votado. Fonseca respondeu com firmeza: "Ninguém é mais honesto do que eu. As regras foram cumpridas e os resultados são claros: 19 votos a favor, 14 contra e uma abstenção. É a democracia a funcionar."
Numa intervenção longa, o presidente reeleito defendeu o legado de 20 anos de governação socialista no concelho, elogiou a nova presidente da Câmara, a social democrata Ana Raquel Azevedo e prometeu "colaboração institucional ilimitada". No entanto, lançou um aviso: "Há pessoas ávidas de poder que podem interferir na gestão. Peço-lhe, senhora presidente, que seja firme."
Em comunicado, o PSD reagiu de forma dura, considerando o discurso "um exercício de autopromoção e divisionismo político" e acusando Armando Fonseca de "tentar deslegitimar a vitória eleitoral" da coligação Fazer Acontecer PSD/CDS.
A sessão encerrou num ambiente tenso, entre aplausos e protestos do público, com Fonseca a apelar à "união dos baionenses" e a concluir com o grito: "Viva Baião!".
Mais tarde, em comunicado enviado à imprensa local, Armando Fonseca, presidente reeleito da Assembleia Municipal de Baião, reagiu às críticas do PSD, esclarecendo que a eleição da Mesa decorreu de forma legal e transparente, com vitória da lista do PS e criticou a postura do membro Miguel Afonso Dinis Correia, que "interrompeu a sessão e expôs uma conversa privada, considerando a atitude desrespeitosa e desonesta".
