O PS acusou, esta segunda-feira, o Executivo Municipal de Braga de estar a levar o endividamento camarário para perto do limite legal, mas o presidente Ricardo Rio disse que tal “é falso”.
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Falando no final da reunião de Câmara, a propósito do Relatório de Contas e de Atividades de 2024, o vereador socialista Artur Feio disse que o Município tem já uma dívida de 120 milhões de euros, pelo que, com os investimentos em curso em 2025 e os que vão ser lançados, caso das obras no antigo Cinema S. Geraldo, do Pavilhão Flávio Sá Leite, vão fazer com que se aproxime do máximo legal, 199 milhões de euros.
“A verdade é que, em 2013, quando Mesquita Machado saiu da Câmara, o orçamento municipal era inferior a cem milhões, mas investiu-se mais do que agora nas freguesias”, disse o socialista, afirmando que, ao fim de 12 anos, Ricardo Rio vai deixar a Autarquia tão endividada como diz que a recebeu. O PS votou, assim, contra.
Em resposta, o autarca classificou a tese como “falsa”, dizendo que quem assim fala esquece o muito que se pagou e a dívida escondida, não traduzida nas contas, da antiga PPP (parceria-público-privada) da SGEB- Sociedade de Gestão de Equipamentos de Braga, conhecida como a dos "relvados sintéticos".
O edil, da coligação Juntos por Braga, disse que a dívida da SGEB não aparecia, mas existia: “a Câmara comprou a parte dos privados por 15 milhões e ficou com a dívida à banca, mais 40. Mas, mesmo assim, vai poupar 20 milhões em rendas que teria de pagar aos privados por força de um acordo quase criminoso feito pela gestão do PS”, disse.
Acrescentou que, desde 2013 foram pagos mais de cem milhões de dívidas do estádio municipal e ainda as sentenças judiciais que condenaram a Câmara, caso dos honorários do consórcio do Arquiteto Souto Moura e de duas decisões judiciais condenatórias por trabalhos a mais no estádio, sem esquecer o custo do fim da concessão ruinosa do estacionamento à empresa ESSE”.
Na reunião, o vereador da CDU, Vítor Rodrigues, explicou que também votou contra o Relatório – embora se tenha abstido no que toca a idênticos documentos das empresas municipais – dizendo que, se governasse o Município teria implementado outras políticas, no caso com a construção de habitação municipal, e de remunicipalização da AGERE, a empresa municipal de água, saneamento e resíduos, que tem 49% de capital privado, vendido pela Câmara precisamente na gestão socialista.