<p>O PSD da Figueira da Foz contesta uma proposta socialista para atribuir a Mário Soares a Chave de Honra do município, alegando que o ex-presidente da República desconsiderou a cidade ao recusar ter o seu nome numa avenida. </p>
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Em comunicado, o PSD sustenta que "não aprova" a referida proposta - que será presente, hoje, à reunião do executivo - mas esta poderá ser aprovada já que o PS tem quatro dos nove eleitos, contra três do PSD e dois independentes.
No texto o presidente da secção da Figueira da Foz do PSD, Lídio Lopes, recorda que em Novembro de 1998, durante o mandato autárquico de Pedro Santana Lopes, a Câmara Municipal deliberou atribuir o nome de Mário Soares a um troço da Rodovia Urbana da cidade e que este recusou a distinção, por escrito.
"Invocava a razão de não querer o seu nome, em vida, na toponímia de uma qualquer rua ou praça", afirma Lídio Lopes.
O PSD vem agora acusar o ex-presidente da República de "desconsideração" para com a Figueira da Foz, por este, alegadamente, ter aceite idênticas homenagens noutros pontos do país.
Em causa está a participação de Mário Soares na inauguração, em Março de 2006, em Rio Maior, de um troço de estrada de quatro quilómetros "com o seu nome". "Fê-lo presencialmente como havia feito em Lousada, em 1986, na freguesia de Pias", lê-se no comunicado.
Teresa Machado, vereadora do PSD, confirmou ontem a recusa em aceitar a proposta do Executivo, não especificando o sentido de voto dos autarcas laranjas. Daniel Santos, do movimento Figueira 100%, remeteu para a reunião de hoje a posição dos vereadores independentes.
Na proposta, o executivo socialista sustenta a atribuição da Chave de Honra - a maior distinção honorífica municipal - a Mário Soares por este ter contribuído "de forma incomparável", enquanto governante, "para a promoção da Figueira da Foz, assim como para o progresso e desenvolvimento" do concelho. Aponta, a esse propósito, a concretização, "em momentos de considerável dificuldade económica", de intervenções "verdadeiramente emblemáticas" como a ponte Edgar Cardoso e as obras de regularização do Baixo Mondego.