PSD de Mesão Frio apresentou uma queixa ao Tribunal Constitucional denunciando "irregularidades graves" que terão ocorrido nas eleições autárquicas.
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O presidente da Câmara de Mesão Frio, o social-democrata Marco Teixeira, que se recandidatava ao sexto mandato, perdeu as eleições a 11 de Outubro por apenas nove votos para o seu antigo vice-presidente e conselheiro político, Alberto Pereira, que liderou a candidatura do PS.
A tomada de posse está marcada para 02 de Novembro, mas o PSD anunciou hoje, quarta-feira, que recorreu ao Tribunal Constitucional (TC) queixando-se de alegadas "irregularidades graves" que terão ocorrido no dia das eleições.
Segundo denunciam os sociais-democratas, foram "inúmeros" os idosos da Santa Casa de Misericórdia de Mesão Frio que votaram acompanhados por funcionários desta instituição que é presidida pelo candidato pelo PS.
E, conforme acrescentam, o voto destas "dezenas de idosos" internados naquela IPSS "foi absolutamente determinante para os resultados eleitorais de todos os órgãos autárquicos: Câmara, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia".
É por isso mesmo que o ainda presidente Marco Teixeira exige que a "verdade democrática seja reposta", considerando que o ideal seria a repetição do acto eleitoral.
No entanto, salientou que, seja qual for a decisão do TC, esta será acatada.
O PSD explicou que só a 16 de Outubro, já depois do apuramento geral dos votos, teve conhecimento da existência de um número "considerável de atestados médicos que não foram objecto de qualquer controlo por parte da assembleia de apuramento geral, apesar de terem sido considerados pelas assembleias de voto como adequados a permitir que determinados eleitores votassem acompanhados".
"O mais insólito é o caso de uma funcionária da Santa Casa que acompanhou e votou por 10 utentes sendo ela esposa de um dos candidatos do PS", refere o PSD no documento entregue ao Tribunal Constitucional e a que a Agência Lusa teve acesso.
Marco Teixeira considerou que o número de atestados apresentados foi "insolitamente elevado em comparação com eleições anteriores, realizadas apenas com um intervalo de duas semanas".
E denunciou outros casos como o de um eleitor que se encontrava num estado "vegetativo", "incapaz de manifestar a sua real intenção de voto", e que foi exercer o seu direito de voto acompanhado de uma funcionária da Santa Casa da Misericórdia.
Curioso, para o autarca, é que, no dia seguinte à realização das eleições autárquicas, alguns dos idosos que "votaram com atestado médico tenham assinado os recibos das suas pensões sem qualquer tipo de problema ou ajuda de terceiro".