A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) enviou, esta quarta-feira, uma denúncia à Inspeção Geral de Administração Interna sobre as “condições lastimáveis” em que cerca de 150 profissionais trabalham no Comando Distrital de Braga.
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“Um comando distrital como o de Braga não pode laborar nestas condições, não são condições dignas para os elementos da Polícia de Segurança Pública. A falta de condições de trabalho afeta a rentabilidade do elemento e demonstra um desrespeito pela entidade que o emprega perante o seu trabalho.”, afirma Rui Moreira, vice-presidente da ASPP/PSP.
No documento enviado à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), a associação sindical denuncia que as instalações “ainda dotadas de telhados em amianto, material expõe os polícias a sérios riscos de saúde e que contraria todas as boas práticas relativas à modernização e proteção também do meio-ambiente”. Além disso, aponta “graves e permanentes situações de infiltrações de água” que têm originado bolores e a proliferação de insetos, ácaros, fungos e bactérias.
“Estamos numa altura de grandes eventos que obrigam forçosamente o pessoal fazer turnos extras. Muitos dos colegas residem a mais de 20 ou 30 quilómetros e têm que permanecer nas instalações para conseguirem descansar. E, as condições que têm para descansar, neste momento, são umas camas no meio dos cacifos, em que as paredes estão cheias de bolores”, alerta Rui Moreira.
Eventual projeto
A ASPP/PSP revela, ainda, ter conhecimento da existência de um projeto para uma “substancial intervenção nas instalações”, com “seguramente mais de cinco anos”, mas que nunca chegou a ser realizado ou apresentado aos profissionais. Segundo a ASPP/PSP, em 2022, questionaram a Direção Nacional da PSP sobre o tal projeto, tendo tido como resposta "tratar-se de um investimento avultado - projeto de execução, empreitada e correspondente fiscalização e coordenação de segurança - cujos procedimentos estão em tramitação".
“O que pedimos neste ofício ao IGAI é que haja uma intervenção efetiva para sanar aquelas condições paupérrimas em que os elementos se encontram a trabalhar. Obrigar os elementos a fardarem-se num sítio que tem bolor nas paredes, um sítio que tem telhas de amianto, afeta não só a parte física, mas também a nível psicológico”, sublinha Rui Moreira.
O JN questionou o Ministério da Administração Interna, mas, até ao momento, ainda não obteve resposta.