
Manuel Pizarro
Pedro Granadeiro / Global Imagens
O vereador do PS na Câmara do Porto Manuel Pizarro criticou a expulsão da sua assessora de imprensa da reunião extraordinária do executivo, classificando a situação como "um ato antidemocrático" e "profundamente mesquinho".
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Em comunicado, o PS/Porto afirma que a assessora "foi expulsa da reunião, sem qualquer justificação plausível, sob o pretexto de que 'não estaria inscrita'" para poder assistir à reunião, sendo que a situação só foi "corrigida depois da intervenção de Manuel Pizarro junto do presidente da autarquia, Rui Moreira".
Questionada sobre o assunto, fonte do gabinete de imprensa da Câmara do Porto respondeu à Lusa que só pode presenciar as reuniões do executivo "quem estiver devidamente inscrito, autorizado e identificado".
"Só assiste o 'staff' do presidente e quem ele entende que será útil, jornalistas e público inscrito", disse, acrescentando que já aconteceram situações semelhantes em reuniões da Assembleia Municipal, pelo facto de não se terem inscrito.
Tratou-se de um ato antidemocrático e, além de tudo o mais, profundamente mesquinho
Manuel Pizarro já se queixou ao presidente da Câmara enviando-lhe uma carta, na qual diz não poder deixar de se "indignar com este incidente e de manifestar, em nome dos vereadores do PS, o mais vivo protesto".
"Tratou-se de um ato antidemocrático e, além de tudo o mais, profundamente mesquinho, que atenta contra a dignidade de uma profissional que estava a fazer o seu trabalho sem perturbar nada nem ninguém", afirma no documento, acrescentando que, "lamentavelmente, optaram por um tratamento ofensivo, não apenas dos valores democráticos, mas também da urbanidade que deve marcar o relacionamento das pessoas".
Pizarro conclui a carta desejando que "coisas como estas não se repitam".
A assessora em causa entrou na reunião do executivo e sentou-se no lado da sala habitualmente destinado aos jornalistas, sendo que pouco tempo depois foi chamada por uma funcionária da autarquia para sair.
Perante a situação, Manuel Pizarro levantou-se do seu lugar de vereador para abandonar a sala, tendo regressado muito pouco tempo depois. A assessora entrou então na sala, sentando-se numa das cadeiras destinadas ao público.
Na carta, Pizarro refere ainda que a comparência da sua assessora "nunca tinha sido posta em causa" e considera que "os dirigentes municipais envolvidos não podem ignorar de quem se trata".
"No mínimo, perante a invocação de que ela me acompanhava, tinham a estrita obrigação de me contactarem ou de o contactarem a si", Rui Moreira, sublinha o socialista, que é candidato à presidência da autarquia pelo partido nas eleições agendadas para 01 de outubro.
A reunião extraordinária de hoje foi convocada por Rui Moreira para aprovar a participação do Porto na comissão de candidatura nacional para a instalação da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) em Portugal, bem como nomear Eurico Castro Alves e Ricardo Valente representantes da autarquia nessa comissão.
Câmara diz que assessora não estava autorizada
Contactado pelo JN, o gabinete de comunicação esclareceu que apenas têm autorização para estarem presentes nas reuniões "jornalistas acreditados, público que se inscreva e o staff da autarquia necessário ao bom desempenho das funções", como os respetivos adjuntos e diretores municipais. A assessora do PS/Porto "não estava em nenhuma das três categorias".
Funcionários da Câmara pediram-lhe para sair e Manuel Pizarro solicitou depois a Rui Moreira que a sua assessora ficasse, tendo então Rui Moreira, que não se tinha apercebido da situação, acedido ao pedido, explicou o gabinete. E a assessora "ficou até ao fim".
Quando entregou os pelouros, Manuel Pizarro deixou de ter o seu adjunto, António Fernando Moreira, que ia às reuniões. O gabinete explica ainda que a presença de Dalila Teixeira não foi solicitada sequer previamente.
