A relação do novo ministro das Infraestruturas, João Galamba, com a Distrital do PS/Porto, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues, começa mal, devido à escolha para a presidência da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). O nomeado foi João Neves, ao invés de Miguel Lemos, cuja escolha estaria decidida no mandato do anterior ministro. Este sábado, a Distrital do PSD/Porto pronunciou-se, ao "repudiar os métodos de nomeação para presidente da APDL", dizendo que "o Partido Socialista considera o estado português um feudo próprio".
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O sucessor de Pedro Nuno Santos terá trocado as voltas ao autarca de Gaia e presidente do Conselho Metropolitano do Porto, ao optar pela nomeação de João Neves para a APDL, em vez de Miguel Lemos Rodrigues, administrador da Águas de Gaia, que estaria decidido no mandato do anterior ministro.
Na sexta-feira, Eduardo Vítor Rodrigues não quis pronunciar-se sobre o assunto, depois de o jornal "Público" ter noticiado que ameaçou demitir-se da liderança do PS/Porto por não ter sido consultado e por discordar da nomeação do até agora presidente da Águas do Alto Minho para o lugar de Nuno Araújo.
Do mesmo modo, a notícia refere que João Neves terá sido sugerido por Matos Fernandes, antigo ministro do Ambiente e presidente da APDL, a João Galamba, que foi seu secretário de Estado. Além disso, dá conta de divergências com Luísa Salgueiro, autarca de Matosinhos, que terá participado na escolha agora conhecida.
Contactada pelo JN, a autarca socialista não quis falar do assunto. O JN tentou também, sem sucesso, obter um comentário do Ministério tutelado por João Galamba sobre a nomeação para a APDL, na sequência da saída de Nuno Araújo da presidência, em dezembro do ano passado. Nuno Araújo foi chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos nos Assuntos Parlamentares.
O líder da Distrital do PS/Porto, que ocupou o cargo deixado por Manuel Pizarro, quando este socialista foi para ministro da Saúde, terá feito chegar o seu desagrado ao primeiro-ministro, António Costa.
Reação do PSD/Porto
"Como é possível escolher um alto quadro de gestão para um cargo público não pelas competências, mas sim pelas simpatias pessoais e benefícios políticos futuros", questiona, este sábado, Sérgio Humberto, presidente da Distrital do PSD/Porto, através de comunicado.
Na opinião de Bruno Pereira, responsável pelo PSD de Matosinhos, concelho onde está sediada a APDL, "infelizmente esta situação não é caso virgem, e por isso Matosinhos e Leça têm sido vítimas, nos últimos anos, da inoperância constante da ponte móvel, entre outros projetos, uma vez que as sucessivas administrações socialistas da APDL agem como se o território fosse seu e não se preocupam com o bem-estar destas populações".
A Distrital do PSD/Porto "lamenta as notícias que vieram a público nos últimos dias sobre a nomeação do novo presidente" da APDL. "O distrito do Porto nada ganha com esta guerra interna do PS", observa Sérgio Humberto.