
Consequências do fogo em Santa Cruz
Hélder Santos / Aspress
O líder do PTP-Madeira, José Manuel Coelho, diz que os incêndios que deflagraram no concelho de Santa Cruz, tiveram origem no sítio da Atalaia, em queimadas controladas ordenadas pelo município da localidade.
"Foi neste sítio, na Atalaia, numa zona que está toda devastada pelo fogo, que se registou a génese do incêndio que alastrou a vários locais", disse José Manuel Coelho no âmbito de uma iniciativa partidária.
Segundo o deputado, "a câmara municipal de Santa Cruz quando limpava os jardins, corta a relva ou corta galhos de árvores e palmeiras ou os restos vegetais dos arraiais trazia-os em sacos para este local, despejando esse material no meio do qual vêm garrafas e depois fazia queimadas controladas para não pagar o seu depósito na estação de tratamento de resíduos da Meia Serra".
Acrescentou que "depois dos bombeiros que estão nas queimadas controladas abandonarem o local, os restos vegetais mais resistentes, como as folhas das palmeiras, que vão moendo, há reacendimentos".
"A última destas queimadas controladas da câmara de Santa Cruz aconteceu dia 18, veio o vento de sudoeste e propagou o fogo para a Assomada, Palheiro Ferreiro e Camacha", opinou o parlamentar.
José Manuel Coelho refere que "há seis meses que a câmara de Santa Cruz faz estas queimadas controladas criminosas", responsabilizando a "negligência" dos autarcas do concelho pelos incêndios que afetaram aquela localidade na passada semana.
"Eles depois do que fizeram não têm condições para estarem à frente da câmara e, se não se demitirem, o juiz competente deve colocá-los sob detenção, pelo crime de negligência grosseira", sublinhou o responsável do PTP-Madeira.
Concluiu que a população da Atalaia "há seis meses que se manifestava contra o comportamento da autarquia e o resultado está à vista".
O concelho de Santa Cruz foi um dos mais devastados pelos 400 focos de incêndio que deflagraram na passada semana na Madeira.
Os fogos tiveram situações críticas também nos municípios do Funchal, Calheta, Porto Moniz e Ribeira Brava, danificaram dezenas de casas, viaturas, palheiros e explorações agrícolas, centenas de deslocados e a destruição de uma vasta área florestal.
A Polícia Judiciária, devido aos indícios de origem criminosa, está a proceder a investigações e deteve até ao momento dois suspeitos de fogo posto.
