"Quando dei por mim só via árvores", diz repórter que escapou a acidente

Cátia tem marcas em quase todo o corpo, nódoas negras no peito e dores da cintura para cima. As escoriações também foram provocadas pelo caminho que percorreu com o piloto nos momentos a seguir a sair do avião, por causa das silvas. "Tenho também pontos num braço e num dedo. Podia ter sido muito pior, nem sequer parti nada", conta.

Sobre o acidente, afirma não ter muita memória. "Só tive noção quando vi as imagens televisivas. Lá dentro foi muito rápido, quando dei por mim já só via as árvores à frente", afirma. Esse momento, prossegue, foi o que lhe causou pânico, por ter tido a noção que o avião em que seguia se ia despenhar. Cátia calcula que entre a queda e o despenhamento do avião terão passado cerca de 15 segundos, e que terão demorado entre quatro a cinco minutos a sair do aparelho. "O piloto não conseguia tirar o cinto", explica.

A jornalista estava a fazer o seu baptismo de voo e confessa que estava a gostar da experiência. "Estávamos no ar há cerca de 15 minutos e estava a correr muito bem, a paisagem era bonita, estava a gostar. Depois o piloto disse-me que daí a um minuto íamos aterrar e eu preparei-me", descreve.

As causas do acidente não foram perceptíveis dentro do avião, mas a informação a que Cátia teve acesso apontava para uma falha no motor. "Ao que parece, só não foi pior por causa do piloto, que fez uma manobra que deixou o avião mais direito antes de bater", sublinha.

A jovem repórter conta ainda que o piloto, Didier, estava ainda mais em choque, e preocupado com o estado de saúde da jornalista.

Cátia teve alta do Hospital Pêro da Covilhã no sábado às 20.30 horas, cerca de quatro horas depois do acidente. Depois do sustosofrido na tarde de anteontem, a jornalista de Unhais da Serra garante que, pelo menos, tão cedo não volta a voar.