Maior recriação ao vivo da Europa arranca este domingo, em Braga, com 600 figurantes e 90 cenários.
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Há um brilho nos olhares de Susana Gomes e Telmo Costa, quando se fala deste Natal. Será o mais especial desde que se conheceram, há cinco anos, não só porque esperam o primeiro filho em comum, mas também porque, ainda que escondido na barriga da mãe, Diego será hoje o centro das atenções na inauguração do presépio ao vivo de Priscos, em Braga. Os jovens darão corpo a Maria e a José e serão dois dos 600 figurantes que vão animar 90 cenários sobre o tempo de Jesus.
Susana, residente em Famalicão, confessa que foi Telmo, natural de Priscos, que a levou pela primeira vez a conhecer o maior presépio ao vivo da Europa. Há um "orgulho" numa obra que começou a ser erguida pela população , há 15 anos.
Já foi soldado
"Quando falamos de 600 figurantes, são 600 pessoas que têm famílias e trabalham para tornar isto melhor. Já cheguei a fazer de soldado", conta o bracarense, que agora volta "para celebrar" a felicidade de ser pai pela primeira vez.
Susana admite que participar na iniciativa "já era uma coisa que queriam fazer há algum tempo". "Quando entramos no presépio, passamos a viver noutro mundo. Ficamos completamente absorvidos pela envolvente", sublinha o marido, enquanto ambos testam as vestimentas sob o olhar atento de Maria Pinto, que deixa logo um aviso: "A Maria não pode ir de unhas pintadas e maquilhagem".
A responsável pelo guarda-roupa assume que, na freguesia, "toda a gente estava ansiosa para voltar". "O ano passado foi uma tristeza. A gente já não se dá sem isto", atira Maria de Fátima, outra freguesa que cuida dos animais do presépio. Nos dias do evento, é na taberna que os visitantes a podem encontrar, à exceção deste ano, porque não haverá comes e bebes, à conta da pandemia.
Menino Jesus protegido
Já na gruta, é esperado grande movimento para ver Maria e José, mas também o Menino Jesus, a partir do dia 26. Será o pequeno Gabriel, filho de Ana Rita Martins e de Bruno Faria, a maior estrela. Uma estreia para o bebé de seis meses, mas não para os pais que, em 2016, assumiram o papel de Susana e Telmo, quando estavam à espera da primeira filha, Beatriz.
"A minha mãe é de Priscos, por isso, sempre acompanhei o presépio", conta Ana Rita, num telefonema a partir de casa, onde tem protegido o bebé para salvaguardar a sua saúde até ao dia da participação.
Mensagem de Esperança
O presépio arranca hoje, às 15 horas, com a presença de Filomena Teixeira, mãe de Rui Pedro, jovem desaparecido há 23 anos, em Lousada. O objetivo, adianta o padre João Torres, mentor do projeto, é "espalhar uma mensagem de esperança e solidariedade no plano internacional para os pais que vivem esta problemática".
O recinto estará aberto aos domingos (19 e 26 de dezembro e 9 de janeiro) e no dia 8 de janeiro, à noite. A entrada custa cinco euros para visitantes a partir dos 17 anos.