Quase duas mil pessoas encheram por completo a Sé de Portalegre, para a última homenagem a oito das 11 vítimas do acidente com um autocarro, na Sertã, cujos funerais se realizam, esta terça-feira de manhã.
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A cerimónia fúnebre presidida o bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco, Antonino Dias, e concelebrada pelos dois padres da cidade e na presença de outros seis, juntou cerca de duas mil pessoas na Sé de Portalegre, que foi pequena para tantas pessoas que quiseram despedir-se de oito das 11 vítimas mortais de um acidente com um autocarro, no domingo.
O cortejo fúnebre seguiu pelas ruas da cidade até ao cemitério local, onde os corpos foram depois sepultados lado a lado. O padre da Sé fez uma oração já no cemitério, para assinalar o momento "trágico", nas palavras do bispo diocese de Portalegre-Castelo Branco.
"A morte surpreende-nos sempre, porque é sempre trágico", disse Antonino Dias, durante a homilia. "A nossa ampulheta do tempo vai-se esvaziando e ninguém sabe como é a morte", acrescentou o bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Na homilia, Antonino Dias apelou "à coragem das famílias" das vítimas do acidente e deixou uma mensagem de conforto aos crentes. "Não é um adeus, é apenas um até breve".
As bandeiras na cidade de Portalegre estão todas a meia haste, um sinal de cumprimento do luto, de dois dias, decretado pela autarquia.
À tarde, deverá realizar-se o funeral de Jerónima Félix, a mulher que morreu nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e que residia em Assumar, Monforte.
Segunda-feira, ao final da tarde, na igreja do Senhor do Bonfim, realizou-se a missa de corpo presente de Manuel e Zulmira. O casal foi cremado em Elvas, de onde era natural.
No município de Portalegre está instalado um gabinete de apoio à vítima, constituído por uma equipa de apoio psicossocial dos Bombeiros Voluntários e Portalegre que integra ainda técnicos da autarquia, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) e da Segurança Social.
O autocarro com matrícula espanhola despistou-se, ao início da manhã de domingo, no IC8, no nó do Carvalhal, concelho da Sertã, e provocou 11 mortos e um número elevado de feridos, alguns dos quais em estado grave.
A viatura, transportando um grupo de 44 pessoas, quatro das quais crianças, partira de Portalegre em direção a São Paio de Oleiros (Santa Maria da Feira), para uma visita a uma exposição denominada "O maior presépio do mundo".