Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa pretende que funcione durante todo o ano e não apenas no verão.
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A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) vai investir quatro milhões de euros na requalificação da Colónia Balnear da Praia da Areia Branca, que tem na Lourinhã. O concurso de ideias, que conta com assessoria técnica da Ordem dos Arquitetos, está a decorrer até dia 16 de abril.
O objetivo é transformar o edificado degradado num estabelecimento hoteleiro, de vocação balear, de três ou mais estrelas, estando a CIMBB atenta ao Plano de Recuperação e Resiliência ou outras ferramentas de apoio que possam cofinanciar o projeto.
O concurso da CIMBB, que integra os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, vai premiar cinco projetos, dos 2000 aos 12500 euros, executando o que for mais votado pelo júri.
João Lobo, presidente da Câmara de Proença-a-Nova e da CIMBB, assume que a opção foi a de manter a propriedade do edifício, podendo ser concessionado depois de recuperado.
De acordo com o Plano Municipal da Lourinhã, a Colónia Balnear está construída "num terreno classificado como urbano, contíguo à praia, e pode ser reabilitada para voltar a ser colónia de férias ou reconvertida em empreendimento turístico".
O estado de degradação do edifício contrasta com a paisagem, pois "está dentro de uma duna, um espaço privilegiado e irrepetível nos dias de hoje". A área de intervenção tem cerca de 9883 metros quadrados e o edifício tem uma área de implantação de aproximadamente 1800 metros quadrados, destacando-se pela sua forma icónica de avião, quando vista de cima.
João Serra é de Louriçal do Campo, Castelo Branco, e foi uma das crianças que passou férias na Colónia. É vereador na Lourinhã e acompanha o processo de recuperação, fazendo parte do júri. Acredita que "o concurso de ideias venha trazer uma nova vida à Colónia". Na Lourinhã, mesmo sem decisão direta, "gostaríamos que não fosse uma colónia de férias sazonal, como era antes, mas um equipamento que funcionasse 365 dias, pois estando numa frente de praia excelente, seria desaproveitar o espaço e desaproveitar o investimento que se quer fazer nele".
Património da Assembleia Distrital de Castelo Branco, órgão presidido pelo governador civil (extinto em 2015, quatro anos depois da extinção dos governos civis), foi herdado pela CIMBB. Desde os anos 70 do século passado que a Colónia foi a oportunidade para milhares de crianças do distrito passarem férias e para muitos terem contacto com a praia. Deixou de receber crianças em 2008, por falta de condições, e em 2009 uma tempestade destruiu parcialmente a cobertura (em fibrocimento) e as janelas, o que acentuou o processo de degradação.