
Dois jovens estrangeiros, com cerca de 20 anos, morreram, na madrugada de ontem, cerca das três horas, quando o carro em que seguiam se despistou na estrada municipal que liga Tedo a Armamar.
O despiste aconteceu numa curva, sem rails de proteção, e a viatura capotou ao longo de seis patamares de vinha, caindo na foz do rio Tedo.
A viatura era conduzida pelo único sobrevivente do acidente, de 22 anos, sobrinho dos proprietário da Quinta Nápoles, do grupo Newport, que, conseguiu sair do Golf e alcançar a margem, onde permaneceu até cerca das 7.30 horas da manhã, quando um homem se apercebeu de que alguém estava a pedir ajuda.
"Eu estava a regar, quando fui surpreendido por um pescador que me veio pedir auxílio. Contou-se que estava na margem direita a pescar quando ouviu uns gemidos. Foi ver o que se passou, encontrou o condutor ferido e chamou-me", contou, ao JN, Henrique Almeida, que vive em frente ao local do acidente e que foi a primeira pessoa a acionar os meios de socorro.
Condutor consciente
"O condutor estava consciente, tinha um tornozelo inchado e queixava-se de dores nas costas", recorda Henrique Almeida.
À testemunha, o único sobrevivente contou, ainda, que conseguiu desapertar o cinto de segurança, quando o carro caiu à água, sair da viatura e chegar à margem. "Ele só perguntava pelos colegas; era a sua grande preocupação", recorda Henrique Almeida. Os colegas, um neozelandês e um francês, com cerca de 20 anos, não sobreviveram.
Segundo informou o adjunto do comando dos Bombeiros Voluntários de Armamar, Nuno Fonseca, ambos os corpos foram retirados do carro já sem vida e o condutor foi transportado para o Hospital de Vila Real.
Estagiários
As vítimas mortais estagiavam na Quinta de Nápoles, para onde se dirigiam àquela hora. As vindimas deveriam ter começado ontem, mas os trabalhos foram adiados.
Há cinco anos, um outro carro, onde viajava um casal, despistou-se na mesma estrada sem proteção. Capotou até ao rio, provocando a morte ao condutor. A mulher salvou-se.
* com Maria Cláudia Monteiro
