Queda mortal de estudante em Coimbra: "Que seja o último jovem que tenha ali morrido"
Pais do estudante de Coimbra que morreu numa queda vão processar a Câmara e exigem rede de proteção no local do incidente junto à Universidade.
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Os pais do estudante que faleceu no último domingo, em Coimbra, numa queda de cerca de 10 metros, vão processar a Câmara de Coimbra, por considerarem que há falta de segurança, e pedem uma rede paraquedas no local. A autarquia diz que vai acompanhar a investigação e agir em conformidade com as conclusões.
“O fundamento da ação judicial é a falta de condições de segurança daquele local. Não tem proteção contra quedas e aquilo é uma via pública”, defende o pai, Felisbelo Lisboa.
Marcos Lisboa, 21 anos, estudante de Economia da Universidade de Coimbra, terá caído da Calçada Martim de Freitas para o Bairro Sousa Pinto, junto às Escadas Monumentais, perto da Universidade, numa altura de 10 metros, segundo a medição feita pela família.
“Estive lá com o meu advogado e, quando íamos a chegar, há uma criança em cima do murete”, conta o pai, técnico superior de higiene e segurança no trabalho. Felisbelo Lisboa diz que o murete da Calçada Martim de Freitas “não impede a queda” e, para o filho, dava-lhe “pelo joelho”.
A família pede a colocação de uma rede paraquedas, que, segundo Alexandra Lisboa, “não altera a estética” do local. “Era a forma mais discreta de proteger, até aquilo que vimos, de uma criança a passear-se no mesmo sítio, a 10 metros de altura”, argumenta a mãe.
Sobre o que terá acontecido na noite de domingo, a família pouco sabe. “Tentámos procurar respostas, ninguém nos consegue dizer. A polícia deu-nos apenas a participação de como o nosso filho estava”, diz o pai.
Para Alexandra, o filho “poderá ter-se sentido mal disposto”, “ter parado para descansar” ou “ter tropeçado”. “Há tantos cenários. A verdade é que perdemos o nosso filho e não temos motivos nenhuns para achar que fosse outra coisa a não ser a falta de segurança”. A família quer evitar novos acidentes. “Que seja o último jovem que tenha ali morrido”, aponta Alexandra, realçando que é naquela zona que os estudantes “vivem parte da sua vida académica”.
Autarquia ao dispor
A Câmara diz que “lamenta profundamente” o acidente, “colocando-se inteiramente à disposição para colaborar com as autoridades” no apuramento dos factos.
“A autarquia vai acompanhar atentamente a investigação em curso, procurando compreender o sucedido e, em função das conclusões, agir em conformidade, recordando que as condições locais existem há muitas décadas e fazem parte do património da cidade”, afirma em resposta ao JN.
O município refere que a segurança, especialmente em espaços públicos, “é uma prioridade absoluta”.