Associação ambientalista diz que 300 árvores já foram cortadas e que poderiam ter sido apenas podadas de forma a não prejudicar a circulação ferroviária.
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A Quercus apelou esta segunda-feira à suspensão do abate de sobreiros junto da linha ferroviária do Vouga, na zona da Cavada Nova, freguesia de Macinhata do Vouga, Águeda. A associação ambientalista revelou que tem recebido "queixas da população indignada devido ao abate de mais de 300 sobreiros verdes".
Em comunicado, a Quercus diz que "uma empresa, subcontratada pela Infraestruturas de Portugal (IP), está desde o dia 21 de março a executar o abate dos sobreiros, constando existir autorização do ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas". Contudo, acrescenta, "apesar de alguns sobreiros não se encontrarem cintados de branco conforme requisito legal, o madeireiro já se encontra no local a cortar todas as árvores".
Segundo a Quercus, "os sobreiros na sua maioria não representam perigo de queda e nem todos estão na faixa de gestão de combustível dos 10 metros, pois alguns estão em zona urbana ou agrícola".
Conta a associação que há seis meses, quando ocorreram as primeiras denúncias, solicitou esclarecimentos ao ICNF e à IP, a qual respondeu que "não obstante o corte estar autorizado, o processo está em avaliação, no sentido de se encontrar forma que equilibre a segurança da exploração ferroviária com a preservação das árvores em causa."
A Quercus desconhece qual a avaliação que a Infraestruturas de Portugal efetuou, tendo remetido na passada sexta-feira, um novo pedido de esclarecimento sobre o assunto, apelando à suspensão do abate de sobreiros, até cabal esclarecimento deste processo.
Parte das árvores, nomeadamente os sobreiros, "podiam ter sido podados, cortando apenas alguns ramos e evitando o seu corte" refere a Quercus que diz ter constatado no local, que "alguns dos sobreiros já cortados, para além de saudáveis, não estavam a causar problemas à circulação dos comboios".
Por outro lado, "para além de cumprirem uma função de proteção e estabilização dos taludes nas zonas com declive, debaixo destes não cresciam acácias como na zona envolvente. Sem estes, não só vai existir mais erosão, como irá proliferar o acacial já instalado"
O desaparecimento destas árvores "é uma grande perda ambiental, paisagística e cultural que devia ser evitada", conclui a Quercus.