<p>Fartos de assaltos, comerciantes e moradores do centro da Maia querem contratar segurança privada para travar a onda de criminalidade naquela zona. A Associação dos Profissionais de Polícia diz que faltam agentes e só há um carro-patrulha a circular na cidade.</p>
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É quase impossível encontrar um edifício na Urbanização dos Altos, na Rua de Adelino Amaro da Costa, cujas garagens não tenham sido assaltadas. Em quase todos os prédios um ou mais moradores já viram os seus carros vandalizados ou assaltados e poucos sãos os estabelecimentos comerciais da zona que escaparam à vaga de criminalidade. Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, explicou que a esquadra da Maia precisa de mais agentes. Actualmente, para uma população de 50 mil pessoas só há um carro-patrulha a circular em cada turno.
"Vamos tentar juntar os condomínios dos prédios e os comerciantes para decidirmos qual a melhor solução. Ou contratar um guarda-nocturno ou um vigilante. Ainda não está nada definido, mas é certo que temos de fazer alguma coisa", afirmou Luís Martins, morador, a quem, na semana passada, furtaram duas rodas do automóvel e partiram um vidro.
"Encontrei o carro assente num pneu sobresselente e numa toalha de praia. E ainda me deixaram ficar um macaco. No meu prédio, já assaltaram a garagem e três apartamentos. Entraram nas habitações de noite, com as pessoas a dormir! Só não conseguiram levar nada num das casas porque o alarme começou a tocar", recordou, ao JN, o residente.
Sem a máquina de tabaco
Graça Teixeira, comerciante, juntou-se ao rol das vítimas em Dezembro do ano passado, quando a cafetaria Viena, de que é proprietária, foi assaltada.
"Eles deviam estar a vigiar. Esperaram que a minha filha tirasse o carro, que estava em frente ao café, e estacionaram lá um Golf. De madrugada, partiram a montra e levaram a máquina do tabaco. Como fizeram muito barulho, houve imensa gente a ir à janela e a alertar a Polícia. Mesmo assim, conseguiram fugir e a máquina só foi recuperada cerca de duas semanas depois", sublinhou .
Isabel Silva, cliente, juntou-se à conversa e contou como, em finais de 2008, ficou sem o carro, que se encontrava estacionado na Rua de Adelino Amaro da Costa.
"Na semana anterior, tinham-me estroncado as portas da frente. Depois roubaram-no mesmo. Foi recuperado, algum tempo depois, em Susão [Valongo], bastante danificado e com objectos normalmente utilizados em roubos", disse Isabel Silva. "Um carro ficou sem duas rodas e, há duas semanas, roubaram os quatro pneus a outro automóvel. Não vai há muito tempo, desmontaram um Smart", referiu a moradora.
No mês passado, na Rua de Altino Coelho, os gatunos conseguiram abrir um buraco num portão e assaltaram a garagem.
Só há um carro-patrulha
Paulo Rodrigues explicou, em declarações ao JN, que a esquadra da PSP Maia tem 42 agentes e "precisa de mais 12".
"Os agente dividem-se em cinco grupos (quatro de turno e um de folga). Depois, o comandante não faz patrulhamento, há um agente na secretaria e, normalmente, mais dois em policiamento específico. Dois elementos por turno recebem as queixas e vigiam a esquadra. Sobram dois agentes para o carro-patrulha", contabilizou o dirigente sindical.