<p>O prolongamento de problemas que exigem intervenção do Governo - como os acessos ao aeroporto, a servidão aeroportuária, as portagens na A41 e o novo tribunal - estão a intrigar o presidente da Câmara da Maia. "Parece perseguição política", disse ontem.</p>
Corpo do artigo
Bragança Fernandes estava amparado no desabafo, proferido no final de uma visita de deputados do PSD eleitos pelo círculo do Porto. A comitiva social-democrata passou a tarde a tomar as dores da Maia e, no final, prometeu usar os recursos parlamentares para pressionar o Governo.
A comitiva visitou o tribunal cujas novas instalações pendem de um impasse entre Autarquia e Governo; percorreu os acessos ao Centro Logístico de Carga do aeroporto; passou pelo edifício que há anos espera albergar uma força policial em Moreira da Maia; solidarizou-se com os argumentos contra as portagens na A41; e inteirou-se dos constrangimentos urbanísticos causados pela servidão aeronáutica do Francisco Sá Carneiro.
As questões em torno do aeroporto são, aliás, grande causa dessas dores municipais. Primeiro pelos acessos ao novo Centro de Logística, que sobrecarregaram de trânsito de pesados uma rua municipal quando a Autarquia sugeriu uma ligação directa à A41. Bragança Fernandes criticou a sobranceria da ANA, que classificou de "um governo dentro do Governo", que age "dentro da sua vedação", nem dela mesmo cuidando.
"Nos arruamentos circundantes ao aeroporto, a própria vedação parece uma serpentina, quando tinha mais do que espaço", referiu o autarca, que acusou até a empresa que gere os aeroportos de discriminação. "A Câmara da Maia quer ser tratada da mesma maneira que a Câmara de Lisboa, que tem acessos perfeitos. Aqui, é tudo construído por nós", referiu.
O deputado Adriano Rafael Moreira garantiu que a bancada do PSD vai agir dentro das suas competências - fazendo requerimentos que exigem respostas com prazo - e manifestou particular espanto perante constrangimentos da servidão aeronáutica, estabelecidos por uma lei com 27 anos. "Um quiosque na praça da Câmara não pode ser licenciado pela Autarquia", exemplificou.