Reabertas urgências do Hospital Amadora-Sintra após quebra do sistema informático

Os sistemas informáticos do Amadora-Sintra estão novamente operacionais
Foto: Júlio Lobo Pimentel/Arquivo
O funcionamento do serviço de urgência do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), suspenso desde quarta-feira devido a uma quebra total do sistema informático, foi retomado hoje de manhã, anunciou a unidade hospitalar.
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Em comunicado, a Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra informa que o problema foi solucionado e os sistemas estão novamente operacionais, permitindo o normal funcionamento de todos os serviços e a reabertura das urgências.
As equipas técnicas continuam a monitorizar e a reavaliar o funcionamento dos sistemas, hora a hora, de forma preventiva.
A unidade hospitalar diz ainda que os utentes devem, como habitual, contactar previamente o SNS 24 (808 24 24 24), “que avaliará a situação clínica e orientará para o serviço mais adequado”.
Na nota, a ULS Amadora/Sintra agradece “a compreensão dos utentes”, assim como “o profissionalismo e o empenho das equipas”, que “garantiram a segurança dos cuidados prestados e contribuíram para a rápida resolução da situação”.
"Alarmante negligência na manutenção de sistemas essenciais"
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considerou esta quinta-feira inadmissível que uma avaria técnica tenha levado à suspensão das urgências no Hospital Amadora-Sintra, uma situação que revela a “falta de investimento continuado” na infraestrutura do SNS.
“Não se trata de um simples incidente técnico. A ocorrência revela uma alarmante negligência na manutenção de sistemas essenciais, bem como a ausência de planos de contingência robustos e devidamente testados, numa unidade hospitalar periférica que serve uma população numerosa e que já opera sob permanente sobrecarga”, alerta a Fnam em comunicado.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, afirmou que esta avaria condicionou também outros serviços, como as consultas, exames e a prescrição de receitas, que está a ser feita à mão.
Para a Fnam, esta situação expõe “mais uma vez as fragilidades estruturais graves do Serviço Nacional de Saúde".
“A interrupção do funcionamento normal de um hospital desta dimensão durante vários dias, por causa de uma avaria técnica, é o reflexo direto da falta de investimento continuado na infraestrutura do SNS”, sublinha.
Para a federação, essa responsabilidade “cabe ao Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, que, à semelhança do ciclo governativo anterior, não apresenta um plano de investimento sólido para prevenir este tipo de falhas graves, que colocam em risco a segurança dos doentes e agravam o desgaste dos profissionais de saúde”.
